Sociedade de Estudo Psicanalítico Contemporâneo

... Confiabilidade, comprometimento, contentamento do cliente, transparência, ajustamento, ética e valorização do profissional, estas são as propostas da SEPC. Atuando como Referencia de nobreza da Psicanálise.

"A aceitação de processos psíquicos inconscientes, o reconhecimento da doutrina da resistência e do recalcamento e a consideração da sexualidade e do complexo de Édipo são os conteúdos principais da Psicanálise e os fundamentos de sua teoria, e quem não estiver em condições de subscrever todos eles não deve figurar entre os Psicanalistas".

Sigmund Freud



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013


CONFERÊNCIA COM O DR. h. c. JORGE OLIVEIRA, 
PSICANALISTA. REALIZADA POR 
ACADÊMICOS DAS CIÊNCIAS E ARTES, 
MEMBROS DA PSICOTHERAPY, EM 18/09/2013.



ACADÊMICOS, Perg.: O QUE É UMA PESSOA INVEJOSA?

JORGE, Resp.: É uma pessoa que deseja algo que pertence aos outros, cobiça, no entanto, para LACAN, a inveja é um sentimento inerente à condição humana e que, sem ser inata forma-se muito precocemente, à medida que vai desfazendo-se o paraíso simbólico e vai se instalando a necessidade de depender de pessoas do ambiente exterior e real. A partir da diferenciação entre o “EU” e o “OUTRO” leva o reconhecimento da necessidade do outro, surge a inveja, que só pode existir quando há dois elementos diferentes.

ACADÊMICOS, Perg.: A PESSOA INVEJOSA SE SENTE SATISFEITA NATURALMENTE?

JORGE, Resp.: Não! Inversamente, a inveja pode originar uma defesa de regressão, em nível funcional, para que o ego ideal do sujeito não sinta separação e sua diferença do outro, considerando, portanto, a pessoa invejosa nunca está satisfeita.

ACADÊMICOS, Perg.: A QUE O ESTADO DE ANGUSTIA LEVA O “EU”?

JORGE, Resp.: FREUD descreve a angustia, com a concepção de que, contra eventuais perigos o sujeito cria sinal de alarme, e faz com que situações banais pareçam altamente ameaçadoras, de forma muito desproporcional ao risco real, assim o “EU” da pessoa tem a reação de alarme diante de algum fato banal, no estado de angustia a pessoa apresenta sinais medo de morrer, enlouquecer, taquicardia, dispneia suspirosa etc.

ACADÊMICOS, Perg.: POR QUEM A PESSOA PODE TROCAR OS SEUS NÚCLEOS DE APOIO OBJETETAIS?

JORGE, Resp.: Por você mesmo, considerando que só a própria pessoa tem ampla condição de ajudar a si mesma.

ACADÊMICOS, Perg.: O QUE É UM ESTADO PASSIONAL?

JORGE, Resp.: É um estado de paixão onde o ódio pode formar revolta do “EU” contra o outro, como também o “EU” contra os fatores antropológicos, biológicos e psicológicos, o individuo neste estado não mede as consequências dos seus atos.

ACADÊMICOS, Perg.: COMO O FATOR ANTROPOLÓGICO ATUA NA FORMAÇÃO DO CONCEITO DE INFERIORIDADE DO “EU”?

JORGE, Resp.: O fator antropológico pode atuar de forma negativa em relação ao “EU”, considerando que, a critica, a alegação, a preferência, a rivalidade, o mimo... podem gerar de acordo com a personalidade da pessoa, complexo de inferioridade, pois o “EU” do individuo se sente fragilizado, ou debilitado em relação a outra pessoa.

ACADÊMICOS, Perg.: QUAL A DIFERENÇA ENTRE O ESTADO OBJETIVO E SUBJETIVO?

JORGE, Resp.: O estado objetivo é quando o “EU”, está LIVRE, e no estado subjetivo o “EU” apresenta-se em estado confuso, nebuloso.

ACADÊMICOS, Perg.: QUE REFLEXÃO VOCÊ NOS DIRIA PARA A  ELEVAÇÃO DA AUTOESTIMA ?

JORGE, Resp.: Eu diria que Você se cura quando há um protetor dentro de você. O NAE (Núcleo de Apoio do Eu), só ele ouve a sua voz, não ouve a voz de ninguém. E que, somos determinados por forças fora de nosso EU consciente, e por paixões e interesses que nos dirigem à nossa revelia. Na medida em que isso ocorre, não somos livres. Mas podemos livrar-nos dessa servidão e ampliar o reino da liberdade, abandonando as ilusões e nos transformando, de pessoas sonâmbulas, prisioneiras, dependentes, passivas, em pessoas despertas, consciente, ativas e independentes. Obrigado!


sábado, 7 de dezembro de 2013

COMO VENCER A DEPRESSÃO


1) O que é a Depressão?
É um Transtorno Afetivo, que afeta o "humor" do indivíduo, alterando sua forma de ver o mundo e até mesmo algumas funções do corpo, como: O sono, a alimentação, a libido e o vigor físico.

2) Por que algumas pessoas têm Depressão?
Classificada de "Doença da alma”, a Depressão ganhou caráter químico ao ser descoberta sua ligação com a falta de duas substâncias no cérebro: Serotonina e a Noradrenalina
a) Deficiência de Serotonina:
• Desmotivação
• Pouco ou muito apetite
• Pouco ou nenhum interesse sexual
• Agressividade
• Oscilação de humor
• Pensamentos negativos
• Ansiedade
• Irritabilidade

b) Deficiência de Noradrenalina:
• Falta de energia
• Concentração reduzida
• Insônia
• Incapacidade de tomar decisões
• Pensamentos negativos
• Ansiedade
• Irritabilidade


3) As três formas de Depressão:
a) Depressão Somatogênica - São depressões desencadeadas por doenças diversas, como: Dores crônicas, diabetes, Parkinson, AIDS, hepatite, etc. Dentro deste tópico, convém lembrar que alguns medicamentos provocam depressão.
b) Depressão Endógeno-Psicótica - É a mais rara, porém, grave. Estudos apontam causas biológicas e possivelmente, relacionadas à hereditariedade.
c) Depressão Psicorreativa Neurótica - É a mais comum (algo em torno de 70 % dos casos). É o que chamamos de “Mal do Século". Causas: Alcoolismo, conflitos amorosos, infidelidade, dificuldades na sexualidade, estresse, desemprego, etc.

4) Desdobramento dos quadros de Depressão:
a) Episódio Depressivo Leve - Os pacientes apresentam perda de interesse e do prazer, sente fadiga, angústia, tem dificuldade de realizar o trabalho do dia-a-dia e atividades sociais, contudo não pára as suas atividades.
b) Episódio Depressivo Moderado - O paciente tem os mesmos sintomas do quadro leve, porém terá dificuldade de realizar suas atividades laborativas, sociais ou domésticas.
c) Episódio Depressivo Grave - O paciente apresenta angústia ou agitação considerável, perda da auto-estima, sentimentos de inutilidade, sentimento de culpa, vontade de morrer e incapacidade para realizar suas atividades.

5) Sintomas da Depressão:
* Desânimo, falta de apetite, choro com facilidade, agitação, pulsões de morte, retraimento, irritabilidade, humor deprimido, etc.
No Brasil muitas pessoas nem procuram um médico, pois não acreditam estar doentes, ou simplesmente vão a um clínico geral, que não tem informação para detectar um quadro de depressão. A desinformação é tamanha que a maioria interpreta mal os sintomas do paciente.
Exemplo: O paciente chega ao consultório e diz que está sem ânimo para nada, até para namorar. Ainda chorando muito, pergunta: Será que estou com depressão?
Respostas:
a) Endocrinologista: Deve ser problema de tireóide e por isso ganhou peso, deve fazer dieta.
b) Ginecologista: Está entrando na menopausa e deve fazer reposição hormonal.
c) Cardiologista: Está com o colesterol alto, deve fazer exercícios e dieta.
d) Ortomolecular: Precisa tomar vitaminas para deter a ação dos radicais livres no organismo.

6) Dados Importantes:
• Aproximadamente, 15 milhões de brasileiros sofrem de Depressão;
• A doença é duas vezes mais comum em mulher do que em homem.
• A Depressão pode prejudicar o coração num período de até 10 anos após ter tido Depressão.
• Cerca de 17% dos brasileiros vão passar por, pelo menos, um quadro depressão na vida.
• A idade média da 1a depressão caiu de 40 para 26 anos, sem contar que existem pessoas mais jovens e até crianças já com a doença.
• Em 2002, 16 milhões de antidepressivos foram vendidos para cerca de 700 mil pacientes no país.
• O paciente que não receber tratamento adequado pela 1a vez, terá 50% de chance de enfrentar uma segunda manifestação da doença.

7) Depressão Infantil
Crianças de um ano e meio em diante também podem entrar em estados depressivos. As crianças deprimidas mostram um quadro de tristeza e apatia, com falta de interesses em brinquedos e qualquer atividade.
Condutas mais importantes que caracterizam a Depressão infantil:
* Oscilação no humor — Tristeza ou Euforia
* Auto desvalorização - Eu não consigo; não posso; estou cansado.
* Modificação no desempenho escolar – desadaptação da criança; dificuldade de concentração; atraso no desenvolvimento psicomotor.
* Suicídio - Essa intenção consciente de suicidar-se costuma surgir somente a partir de 6 anos de idade.
Em crianças, cuja vida emocional ainda está em formação, o mais indicado é uma assistência psicológica e o aconselhamento. Remédios não ensinam ninguém a viver.

8) Tratamento:
Psicoterapia no Tratamento da Depressão - No que se refere a prática clínica, a Psicoterapia Breve, é uma forma eficaz para os casos de Depressão, pela riqueza técnica que dispõe; principalmente no que tange ao acolhimento, a valorização, o apoio e a instilação de esperança que a técnica, de um modo geral, oferece ao paciente.
        A Psicoterapia Breve é um tratamento psicodinâmico, por estar firmemente ancorado nos princípios psicanalíticos, e que, concebe a Depressão em termos de um fracasso adaptativo resultante de conflitos intrapsíquicos. E, ao invés de se dirigir apenas aos sintomas depressivos, a Terapia tem como objetivo usar a relação terapêutica para investigar e esclarecer os conflitos neuróticos, principalmente àqueles de proximidade e intimidade afetiva que, aliás, são os mais frequentes. De uma forma mais prática diríamos que o psicanalista está preocupado tanto com a origem dos comportamentos depressivos, quanto com as conexões entre o início dos sintomas e os problemas atuais mais ativos na vida do paciente.
       Em alguns casos de Depressão se faz necessário um médico para receitar medicamentos antidepressivos.

9) Como Vencer A Depressão?
a) Aprenda a lidar com desapontamentos, perdas, fracasso,...
b) Rejeitar pensamentos negativos, objetivando um Viver Feliz
c) Confiança em Deus
d) Mudança de ambiente:
> Redução da jornada de trabalho
> Mudar a rotina
> A família estimulando um ambiente de apoio.


Procure um Psicanalista.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O QUE É METACOGNIÇÃO...






De repente nos deparamos refletindo sobre nossos pensamentos, sentimentos, julgamentos, decisões, o como chegamos em tal conclusão, que lógica foi utilizada para resolver tal problema...

A metacognição é justamente este processo que muitas vezes realizamos sem perceber. É a nossa capacidade de refletir sobre nossos pensamentos e conhecimentos... Contudo, não se trata apenas de reflexão, mas sim de muito mais, de todo um processo que leva o indivíduo a verdadeira aprendizagem, que o torna capaz de relacionar aquilo que está aprendendo com os mais diversos contextos da vida.

Dentro do contexto educativo, quando o professor solicita ao aluno que explique a lógica utilizada para resolver tal atividade, permite ao aluno ultrapassar o universo cognitivo e chegar ao processo metacognitivo.
Este tipo de introspecção é crucial para a tomada de boas decisões, pois é um exercício que nos permite refletir sobre a própria aprendizagem.

Estratégias metacognitivas deveriam ser desenvolvidas desde o início da educação formal do estudante, procurando dar mais ênfase ao como o aluno fez para resolver determinada situação e não somente ao resultado final.


Neurociências em Benefício da Educação

domingo, 1 de dezembro de 2013

Todos contra a hipocrisia



“Tema espinhoso na medida em que convoca a pensar sobre aquilo com que a sociedade não é muito afeita a se haver: as questões que lhe são próprias, a fissura da qual padece”, Márcia Tiburi.
Quem disser que não usa drogas hoje ou é ingênuo ou mentiroso. Praticamente, o uso de substâncias que alteram o estado mental vem acompanhando o ser humano há milhares de anos, quer seja por razões culturais, sociais ou religiosas. Claro que essa relação pode ser inofensiva, dependendo do caso, porém temos que ficar atentos quanto a isso quando os padrões de utilização de bebidas, medicamentos e outros começam a ser alterados.
Será mesmo que devemos considerar o uso de drogas um tabu, se o que temos é uma sociedade tão fissurada que “obriga” o sujeito a se viciar? Este questionamento não é mencionado nas falas prontas cheias de desconfiança, ódio ou medo das rodas restritas nos seminários acadêmicos ou debates em torno do assunto frequentemente realizados. 
Vivemos em uma política de consumo exagerada com a expansão da indústria de psicofármacos. Talvez ligada ao neoliberalismo e a pós-modernidade. Os resultados deste cenário não são suficientes no sentido de curar o sofrimento humano, uma vez que a essência da droga psiquiátrica não é curativa e sim supressiva. Os medicamentos serenam, mas não curam. São “camisas de forças químicas”. Segundo estudiosos, prendem a constituição subjetiva do indivíduo ou prendem o indivíduo dentro de sua psicopatologia.
As drogas são um centro de poder importantíssimo. As lícitas estão em toda parte gerando lucro, emprego e renda, enquanto que as ilícitas servem para aumentar o gozo, o prazer e também movimentar grande quantidade de capital com fins de controle político legal. Vale ressaltar duas coisas: as lícitas também têm a mesma utilidade das drogas ilícitas e estas, ligadas ao submundo do crime organizado, financiam campanhas milionárias.
Para sermos eficazes no que propomos (uma reflexão séria que envolve análise crítica e desmistificação do fenômeno da toxicomania, sem julgamento moral) devemos primeiro olhar para trás e saber até que ponto evoluímos quanto aos estudos, procedimentos para, aí sim, nos contextualizarmos com a questão.
É fácil imprimir jargões “todos contra as drogas” no meio de uma sociedade repleta de hipocrisia. O mesmo sujeito que condena o compulsivo pelo crack ou cocaína compra diariamente seus cigarros na padaria, ou aquele (a) que julga o “beberrão” como vagabundo e irresponsável é o mesmo (a) que toma altos miligramas de diazepínicos para dormir. Notem que todas as substâncias (crack, cocaína e tabaco / álcool e diazepínico) têm o mesmo princípio ativo. No fundo, passeando pelo jargão popular, é a mesma coisa.
Lógico que há exceções. Algumas pessoas ficam vicias em medicamentos porque outras são dependentes de drogas ilícitas. Acontece na maioria das famílias que tem este tipo de problema, são codependentes. Mas a dor ou o sofrimento não desaparece num engradado de cerveja ou depois de uma pílula para dormir, ao contrário, aumenta junto com os problemas. 
“Verdades” científicas e jurídicas, do ponto de vista moral, à parte, voltamos a nos questionar o motivo pelo qual toda a nossa sociedade vive hoje uma “epidemia” consumista de drogas. É certo dizer que os discursos inflamados com motivações emocionais têm alguma validade ou função salvadora milagrosa? Creio que não!
Roney Moraes


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Homossexualidade Feminina


O que quer a mulher homossexual? Qual é seu desejo? Que posição ela ocupa? Seria essa escolha de objeto associada ao medo de se deparar com a falta? - resolvendo essa questão de maneira a se relacionar sexualmente com um sujeito também faltante? Estaria essa escolha associada a fixação na figura paterna? - já que não pôde ter seu objeto de amor, renega a todos os outros homens? Ou seria uma escolha histérica voltada ao desejo de estar perto de uma mulher para aprender a ser mulher?

A homossexualidade feminina tem uma constituição bastante diferente da masculina. Logicamente ambas têm sua explicação voltada ao complexo de castração e as relações edípicas. Mesmo tendo pontos comuns, as mulheres homossexuais não são iguais. Algumas assumem a posição masculina na relação, outras se mantém bastante femininas, assumindo inclusive a posição de passividade. Não podemos resumir essa análise ao desejo de "ser homem" ou de "ocupar o lugar do homem". Há muitas outras questões envolvidas, inclusive no que se refere a identificação patológica com a figura materna, a dificuldade de saída do complexo de Édipo e também ao enigma angustiante referente ao que é "ser uma mulher". 
Na análise de Lacan sobre o "caso Dora", há um dado inovador de que a paixão da menina estava voltada a Sra K, e não ao Sr K, como havia proposto Freud. Lacan afirma que Dora se fixou na Sra K para tentar apreender o que uma mulher tem - já que a mesma conseguia manter em estado de apaixonamento o pai de Dora e o Sr K. Seria essa a origem da homossexualidade na mulher?

Carolina Pasquote Vieira

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Agradecimento:



“Não há conquistas fáceis. São as estradas sinuosas 
que levam ao caminho certo. O profissional, em qualquer 
ofício, alcançará o triunfo a partir de um 
espírito tenaz, forte, obstinado”. 
Afonso Opazo

“Na vida profissional não obtemos o que merecemos, 
mas sim o resultado da qualidade daquilo que concretizamos”. 
João Alberto Catalão

Durante a minha carreira como Psicanalista, venho exercendo na clinica com muita dedicação e profissionalismo uma terapêutica contemporânea projetada para o tratamento da psique humana em suas demandas neuróticas. E venho também nesse período, me aperfeiçoando a cada dia mais neste exercício, aplicando métodos mais lacônicos e dinâmicos como a Psicossíntese por exemplo. Ressalvo, todavia, que genuinamente os resultados tem sido satisfatório, tanto para os meus clientes como para a minha pessoa quanto profissional.
Por isso que, é com indisfarçável emoção que expresso nesse momento a minha felicidade e gratidão dizendo porquanto que, contudo, sinto-me lisonjeado por me distingui pelo meu saber e pelo meu desempenho em prol da ciência psicanalítica com o emprego da Psicossíntese, um método terapêutico que verdadeiramente dá uma compreensão e um melhor entendimento em meio a conflitos do ego de cada individuo. E mais, além disso, dá ao individuo o ajustamento necessário para a elevação de sua autoestima. Sinto-me, todavia, muito mais ainda lisonjeado por receber neste momento, o titulo de “Doutor Honoris Causa” em Psicossíntese Psicanalítica, essa distinção honorífica que a mim foi conferida devo tão somente dizer que, foi por meio do prestígio que o colega Prof. Dr. José Gomes da Silva Neto, Ph. D. Reitor Acadêmico do ATENEU CIENTÍFICO SÃO LUCAS, O MÉDICO, e membro da FEBACLA - Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes. Faz a mim, esse humilde colega Psicanalista, e ousado pesquisador da ciência que busca compreender a estrutura e o funcionamento da mente humana, “PSICANALISE”.
Felicito-me então, pelo prestígio. E digo mais! Como realmente me sinto neste momento de congratulação. A saber: “Honoris causa” é uma expressão latina que significa “por distinção honorífica, por motivo ou a título de honra”. Caro colega e amigo, Ilustríssimo Prof. Dr. José Gomes, é assim que me sinto neste momento: “HONRRADO”! Que eu possa levar esse sucesso e essa felicidade a todos aqueles que convivem comigo e que por mim têm apreço!
Muito obrigado! Muito Grato! Que Deus o abençoe sempre.

Dr. h.c. Jorge Luiz S. Oliveira – Psicanalista CNP-00468-Ba

domingo, 28 de julho de 2013

Psicossíntese Estrutural e Topográfica



“Uma melhor visão de sua inteligência, 
um melhor caminho para as suas atitudes mentais diárias.”

Introdução:

O centro do pensamento de Freud era que a subjetividade do homem é, de fato, determinada pelos fatores objetivos – Objetivos na medida em que se relacionam à própria consciência do homem – e que agem a revelia dele, por assim dizer, determinando-lhe pensamentos e sentimentos, e assim, indiretamente, seus atos. O homem, tão zeloso de sua liberdade de pensar e de escolher, é na realidade, uma marionete movida pelos cordéis, atrás e acima dele, e que por sua vez são dirigidos por fatores desconhecido de sua consciência. Para dar-se a ilusão de que age segundo sua vontade, o homem inventa racionalizações que lhe dão a impressão de agir como age, por ter escolhido livremente a sua atitude, movido por motivos racionais ou morais. Mas Freud não conclui com uma nota de fatalismo, confirmando a incapacidade do homem em relação às forças que o determinam, e sim, que o homem pode adquirir consciência dessas forças que atuam a sua revelia – e com isso ampliar o âmbito de sua liberdade e transforma-se de um joguete movimentado por forças inconscientes, num homem livre e consciente, determinando seu próprio destino. Freud expressou esse objetivo nas palavras “ONDE HOUVER ID, HAVERÁ EGO”.
Uma questão curiosa que não podemos deixar de lado é que todas essas características que julgamos naturais e inerentes ao ser humano são, na realidade, frutos de sentimentos reprimidos na infância, e concomitantemente reflete na fase adulta. A Psicossíntese Estrutural e Topográfica permeia num ajuste mais completo da pessoa em suas capacidades e relações, oferece ainda uma técnica terapêutica para o desenvolvimento pessoal e psíquico.

“Somos determinados por forças fora de nosso EU consciente, e por paixões e interesses que nos dirigem à nossa revelia. Na medida em que isso ocorre, não somos livres. Mas podemos livrar-nos dessa servidão e ampliar o reino da liberdade, abandonando as ilusões e nos transformando, de pessoas sonâmbulas, prisioneiras, dependentes, passivas, em pessoas despertas, consciente, ativas e independentes.”

Na terapia em Psicossíntese o processo dar início com o que é tônico na história da pessoa e acorçoa o cliente na direção do esclarecimento mais melhorado de sua própria potencialidade. O que somos significativamente em toda a nossa exterioridade, nossa dádiva e características, nossa finalidade efetiva na vivência e nossa concepção da inteligência e do desenvolvimento compassivo.
A Psicossíntese com suas formulas especificas de símbolos apresentados nas equações. Torna possível o ajustamento e a compreensão do cliente em relação as suas psicopatologias. Logo que, com a livre associação de ideias, os atos falhos e os sonhos que e o cliente elabora nas seções inicias de analises, o terapeuta colhe os elementos necessários para a preparação das formulas equacionarias, exposta numa lousa que a partir de então, se faz necessária na clínica. Desta forma, expõe ao cliente os seus núcleos de apoio objetais, simbolizando estes entre colchetes, [...] bem como, todo o conteúdo necessário para promover a sustentabilidade do Ego e as necessidades de mudança e perspectivas de encontrar um melhor ajustamento no mundo metal que ora o analisando apresenta. Dinamizando assim o tratamento, tornando-o significativo e relevante para sintetizar a terapêutica “psicanalítica” que, não obstante, por meio das equações num processo evolutivo e dinâmico fará com que a pessoa saia de um estado passional e subjetivo para um estado objetivo, independente e autossuficiente. 
Desta forma para melhor entendimento, apresento as equações da Psicossíntese Estrutural e Topográfica, e todo o processo evolutivo da mesma, partindo desde a vida intrauterina até a fase adulta do ser humano. Lembrando que, entre os colchetes [...] todos os símbolos apresentados representam o mundo mental da pessoa especificamente.

Estruturação Psicossintésica

Apresentação:

Vida intrauterina de 0 a 9 meses [(E)-(O)-id] = Os componentes entre parêntese vão se unir, formando uma nova condensação, extrauterinamente. [EO+ide] – vida extrauterina 0 a 5 anos. Neste caso significa que o objeto seduziu o Ego (E) e formou uma unidade EO, ao lado do id – de 0 a 2 anos.
De 3 a 5 anos surge o núcleo de apoio (NA+O) e a formula Psicossintésica será [EO+id+(NA+O)]. Neste esquema o EO e (NA+O) apoiam o Ego. Nesta fase surge o Superego (Sɸ) ou complexo de Édipo.
Da forma acima referida vamos tirar a origem de Superego (Sɸ) = Complexo de Édipo – 3/5. O complexo de Édipo resulta do conflito do Ego com o Objeto, de EO formando o (Sɸ). O Superego é o herdeiro do EO em conflito. Ele é necessário, pois vai dar ao Ego aquilo que ele mais necessita para sua independência ou individualidade. Neste caso EO vai se desdobrar e formar o Superego. [EO-E/O-Eɸ]= (Sɸ) –Lembrando! Isso de 3 a 5 anos de idade.
Rompendo com o objeto o Ego tenta se libertar e ter autonomia o que não se concretiza. E surge a compulsão no Ego da criança que terá a necessidade de se sentir amparada por qualquer outro objeto, ex: babá, pai, irmão, parentes e até o primeiro objeto “mãe”. Essa fase se dá entre os 2 a 4 anos em particular na fase anal, esse conflito dá uma dimensão do que a criança sente na perda do objeto e com a elaboração do luto, falsamente é obrigado a se aliar ao mesmo ou outro objeto para ter o seu Ego em segurança. Sabemos que construir algo sólido em cima de lastros falsos é uma atitude infantil. Por tanto como estamos falando de criança, podemos admitir tal atitude. E devemos observar que o sofrimento deste conflito é tão doloroso que acredito eu ser ai a raiz da Psicose.

“Todos nós somos Psicóticos e neuróticos em tese, sendo, pois, necessário um fator para desencadear a Psicose”.

Obs.: de posse do (Sɸ) o Ego vai integrar à condensação retromencionada e fica como se segue: [E+←(Sɸ)+(NA+O)+id] É de se convir que o Ego infantil não vai ter condições de conviver com o (Sɸ) afligidor e persecutório. O Ego vai substituir o [E+(Sɸ)] pelo (NA+O) – Neste caso a coexistência com o (NA+O) = [E (NA+O)+id+(Sɸ)]. Nesta equação o Ego consegue recalcar o Superego na fórmula retromencionada. Nesta transmutação surge conscientização dos 6 -7 – 8 anos. A conscientização ocorre também na transmutação do (NA+O) desta equação: Ex: [E+(Sɸ)+ id+(NA+O)], passa para equação seguinte: [E+(NA+O)+id+(Sɸ)] = uma defesa patológica do Ego contra o (Sɸ) é através do (NA+O).
Exemplo:
[E+←(Sɸ)+ id+(NA+O)] Transmutação, translação! [E+(NA+O)+id+→(Sɸ)].
Dentre os elementos que podem agredir o Ego e leva-lo a formar um conceito de inferioridade de si mesmo está o (NA+O). Inicialmente o (NA+O) se mostra como apoio do EU, todavia ele passa a ser exigente e o Ego passa a ser cobrado pelo (NA+O). Portanto o (NA+O) é um vilão da nossa estrutura mental.
Qual a inconveniência do (NA+O)? Precisamos dele, mas não devemos ser dependente! O ego não deve ser levado para um conceito de inferioridade, de dependência ou de insuficiência, porque naturalmente ele é transportado para um estado de angustia. O Ego necessita ter um conceito superior de si mesmo porque sem esse conceito ele não pode chegar a uma autoestima, (NAE).

Conscientização e (NAE)
A conscientização coincide com a transmutação do (NA+O) para o lugar do [+(Sɸ)], já referido a cima, [E+(Sɸ)+id] para [E (NA+O)+id]. Neste caso o (NA+O) exerce pressão leve sobre o Ego. Destarte vai surgir o (NAE) como fruto da reflexão do Ego sobre os elementos que estiveram em transmutação sobre ele. Vejamos a formula que transparece a inserção do (NAE) no Ego. Equação seguinte: [E+(NA+O)+(NAE)+id+(Sɸ)]. Esta equação é a mais completa da estrutura Psicossintésica, dela extraímos as seguintes patologias:
1)   [E+← (Sɸ)+id] = Regressão
2)   [E(Sɸ)+id+→ (OEx)
Na primeira fórmula patológica o Ego é agredido pelo Superego e, na segunda, o Ego forma um pacto com o Superego para destruir o outro: (OEx-1) e (OEx-2), ou seja [E(Sɸ)+id+→(OEx-1)+ →(OEx-2)].
Na segunda patologia o Ego destrói o Objeto externo 1 e se seduz pelo Objeto externo 2. O Superego destrói o Ego interno. Nos passos da Psicanálise revertem-se as condensações junto ao Ego.
Exemplo:
1)     [E (NA+O)+(NAE)+ →(S ɸ)+id] = o (Sɸ) foi deslocado para o inconsciente.
a)     [E+←(Sɸ)+id]. Esta fórmula patológica significa que o Ego está sendo esmagado pelo Superego. Pode significar uma depressão ou inicio de uma posição esquizoparanoíde ou psicótica. O (Sɸ) foi deslocado do inconsciente para o consciente, que é vulnerável às agressões superegoicas, retromencionadas.
b)     O Ego formou um pacto com o Superego e agride o (OEx). Exemplo: [E(Sɸ)+id+(OEx-1)+ → (OEx-2)] = [E(Sɸ)+ → (OEx)]. Neste caso temos uma patologia de fusão do Ego com o Superego, o pacto “Ego - Sɸ”. Exemplo: [E(Sɸ)+id] = pacto Ego Superego – igual também a [E(Sɸ)+id+→ (OEx)].
A maior equação Psicossintésica – com simplificações
[E(NA+O)+(NAE)+(Sɸ)+id]=[E+↔(NAE)]=Equilíbrio mental, reciprocidade.
A fórmula final supramencionada significa que o Ego atingiu o máximo de conscientização e de sua autodefesa juntamente com seu núcleo de apoio interno o NAE e o seu id, controlado por NAA (núcleo de apoio auxiliar) Exemplo: [E+↔(NAE)+(NAA)+id].
Obs.: Se o Ego consegue conscientizar-se de suas agruras e sai com uma autoimagem positiva de si mesmo, poderá suprir o (Sɸ) e ai, teremos uma imagem perfeita do Ego de si mesmo. Exemplo: [E↔(NAE)+(NAA)] = EL’C este EL’C, significa Ego Livre Confiável; pois não voltará às formas patológicas [E+← (Sɸ)+id] ,de [E(Sɸ)+id] e nem [E(NA+O)+id].
O Ego verdadeiro é o que atinge à fórmula [E+↔(NAE)+(NAA)] retromencionada.
Com isso o NAA tende a auxiliar o NAE promovê-lo junto ao Ego. Se o Ego aprova o NAA, aprovará o NAE e tudo mais levará o Ego a sua autoestima.
Você se cura quando há um protetor dentro de você. O NAE só ele ouve a sua voz, não ouve a voz de ninguém. A Psicossíntese com o seu método terapêutico, dinâmico e eficaz, tira você do estado subjetivo para o estado objetivo, tornando-o livre.  Pois o estado subjetivo é um estado confusional e nebuloso, já o estado objetivo, é um estado louçã mais saudável, você é livre tem autossuficiência e independência. Sem NAE, o Ego não vai a lugar algum. [E+↔(NAE)+(NAA)]=EL’C (Ego livre confiável).

Convenções de sinais:
_ - Sequenciando de forma neutra;
+ - Aproximando com função de parede ou divisória;
- Oprimindo, induzindo, agredindo;
- Recalcando (adulto) reprimindo (infância);
- Interagindo ou correlacionando;
( ) - Isolador dos componentes do mundo mental estrutural;
[ ] Envolve o mundo mental estrutural;
{ } - Para expor o relacionamento entre indivíduos no caso cônjuge, amantes, casais no modo geral;
E - Ego
(S ɸ) – Superego - vilão, dono da razão, juiz do bem e do mal, substituto dos pais;
Id Inconsciente, núcleo dos instintos, desejos, prazer, etc...
(NA+O) - Núcleo de Apoio Objeto;
(NAE) - Núcleo de Apoio do Ego, Núcleo de Autoestima;
(Oex) - Objeto externo;
(EO) - Ego em formação;
(O) - como sendo o 1º objeto a mãe;
(E/O) - Definição a amputação da criança pelo rompimento com a mãe que voltará como (NA+O) para apoia-lo na separação;
(E ɸ) - Desavença, conflito de identidade do bebê para com a mãe, em racha para que se forme o (Sɸ);
(S ɸ)² - Superego com Força ou domínio dobrado; 
Artigo publicado:

"PSICOSSÍNTESE" Autoajuda no crescimento pessoal
O que quer a Psicossíntese? Avaliando essa pergunta, podemos dizer que a mesma, busca o ajustamento psíquico e o crescimento pessoal, que nada mais é que uma inclinação natural da raça humana. Na busca de sua harmonização o homem que está dividido em níveis e aspectos de sua organização irá com o auxilio deste método sintetizar essas escalas. É observável que o ser em doses normais e até patológicas, intrapsíquicamente trava conflitos de toda natureza, no intuito de satisfazer-se atendendo seus anseios, buscando a esmo evoluir para níveis mais altos, desperdiçando assim uma valiosa somo de energia que se em sua descarga não achar o caminho adequado, resultará num agravamento das neuroses e suas patologias.
Estruturalmente a psicossíntese desmembra as instâncias do psiquismo para eliminar aquelas que são dispensáveis para o caminho harmônico ou pelo menos neutralizar inicialmente suas investidas, já que tais se alimentam do fracasso e baixa autoestima do Ego. É conhecido da Psicanálise o SUPEREGO (SO) este se desenvolve a partir do Ego, quando primariamente, na busca para se libertar do primeiro objeto (mãe), que para o ser nessa fase, é sua única forma de satisfação (gozo), uma vez rompendo, retornará ao mesmo sujeitando-se a essa mudança. Assim, se observará o superego formado, pois para o bebê a mãe (1º objeto) já não é mais ele, pois no seu entendimento mãe e bebê são a mesma coisa, isso faz com que, ele possa se perceber fora dela e sendo outro. Para a criança, isso é assustador e a partir de então ele fusiona-se com o objeto (mãe).
Dessa maneira, bem como as outras instâncias o (SO) também tem níveis e ao alcançar a fase adulta o (SO) exerce sua função com mais força, tendo a capacidade de avaliar, observar e julgar a partir dos seus próprios critérios. O método não tem por objetivo a sua reprogramação e sim neutralizar suas investidas contra o Ego.
Outra instância chamada de (id) parte importante da estrutura psíquica formada pelos representantes mentais e seus impulsos instintuais que também é uma fonte de energia para todo aparelhamento mental. Alem disso, em nossa linguagem agregamos o (NA+O) que são os Núcleos de Apoio + Objeto, que se referem a tudo aquilo que devotamos apego e que, se por ventura do indivíduo for tirado inevitavelmente elaborará muito sofrimento (luto). Uma vez eliminados os (OEx) Objetos Externos deixarão o caminho do Ego aberto para ser livre e gozar de uma consciência capaz de se ajustar e alinhar-se com o (NAE) que é o Núcleo de Apoio do Ego, Núcleo de Autoestima e que terá função autônoma e coerente mantendo este último sempre com sua autoestima elevada.
O Ego tem como tarefa principal de sua existência a auto-preservação. Entretanto, para que haja um melhor entendimento por parte do leitor, iremos facilitar o conceito sobre o Ego de forma simplificada, pois este é o objetivo da psicossíntese, visto que, é o no Ego que tudo acontece, exemplo: se após uma péssima noite de sono você acorda mal humorado mesmo sem ter tido contato algum com outra pessoa, será possível avaliar que estímulos internos são os responsáveis pela agressão sofrida pelo Ego. Os estímulos externos são aqueles percebidos do mundo existente fora do Ego podendo ele ajustar-se a estas ou aquelas situações para não ser agredido.
Contando com o amparo incondicional do (NAE), o Ego se sentirá capaz de diluir as tensões sofridas por ele na busca do prazer e do inevitável encontro com o desprazer. E dessa forma, não prevalecerão mais sobre esse Ego as perversões, os conflitos, a solidão, a desilusão, as perdas e as muitas outras formas de agressão.
A psicossíntese embora tenha um aspecto complicado é um método de abordagem simples: [E+(SO)+(NA+O)+id] = [E+(SO)+id]. Estas são algumas das fórmulas em que a psicossíntese apresenta os estados mentais do sujeito, sendo [E+NAE] soma do Ego (Eu) com Núcleo de Autoestima o objetivo final da mesma.
Nossa metodologia vem sendo muito utilizada no Brasil não só na clínica, pois suas aplicabilidades transcendem vários campos: o cientifico, o não cientifico, o pedagógico, o religioso, o filosófico, o acadêmico, bem como em todas as áreas que têm a seus cuidados a saúde mental. Contudo, ainda é possível fazer um questionamento: Quem pode utilizar-se dos benefícios da psicossíntese na clínica?
Analisando-se a atual conjuntura da Psicanálise no Brasil, podemos dizer que esse método pode ser utilizado em pacientes que se apresentam com baixíssima autoestima, por exemplo: o homem de negócios, atormentado e nervoso, a dona de casa preocupada e agitada, a criança exasperada por contínuos acessos de raiva, o homem e a mulher que não conseguem deixar de beber, em suma, pessoas em estados deprimentes, entre outros.
A abordagem inicial como terapia de apoio no tratamento elege com meta a promoção do processo de crescimento contínuo, integrando o corpo aos sentimentos, fazendo com que a mente leve o indivíduo harmoniosamente à plenitude de sua vida, acessando com isso em maiores níveis, suas capacidades e talentos e assim sua potencialização. Sendo assim, o processo terapêutico da psicossíntese é na verdade uma forma diferente do indivíduo ser conduzido a ver o outro lado do muro, o muro que o coloca do lado de dentro e o faz medroso, lhe dando a falsa impressão de protegido. E do lado de fora um verdadeiro e autêntico modo de viver, hostil, agressivo e competitivo, contudo verdadeiro e autêntico como todo ser humano por natureza o é, e por formação não se permite assumir.


Oliveira Jorge Luiz Souza de  

domingo, 19 de maio de 2013

AS TRÊS FASES DO HOMEM


O ser humano nasce, cresce, desenvolve-se, torna-se adulto, adquire experiência, fica senil e por fim morre. Na evolução dessa sua existência de movimento circular, ele passa por três etapas diferentes : a do instinto, a do intelecto e a do espírito. Lamentavelmente, a grande maioria dos seres humanos não desenvolve essas três fases a contento, ficando quase sempre cativa nos laços da fase do instinto. 
Assim, a primeira etapa encontra-o remoendo suas deficiências da infância, dos erros e defeitos da educação que teve, e com isso afloram-se consequências cotidianas: vive emocionalmente tenso, preocupando-se com ninharias que não resolvem nada; adquire temores injustificados, com fatos e situações que nem aconteceram, mas tortura-se mentalmente por antecipação; irrita-se facilmente, com problemas de somenos importância, e com isso atraindo para si, conflitos mentais, complexos, atitudes intolerantes etc.
Nessa fase ele acredita piamente, que sua felicidade consiste exclusivamente na posse de bens materiais, na fama e na popularidade. Julgando-se dono de seu destino, por acreditar que a força do poder econômico, aliada à influência política, tudo pode, e na interpessoalidade de suas relações, famílias são jogadas na miséria, na dor, no desespero; pessoas suicidam-se, roubam, matam, mentem umas em relação às outras, porque sempre há alguém com mais poderio que subjuga, explora e suga seu semelhante.
Na fase do intelecto, preocupações de outra ordem começam a inquietá-lo. O êxito alcançado, e os bens materiais que sempre almejou, já não mais lhe satisfazem, e tem princípio a procura de algo que não sabe definir o que seja. Ao descobrir que a fama e a aquisição de bens materiais, não lhe trouxeram aquela paz espiritual que almejava, tem início a indagação de perguntas e exigindo respostas que nunca virão, e com isso, sofre.
Se a pessoa que chegou nessa fase do intelecto, não possuir boa formação moral, e tampouco rígidos princípios éticos, nasce então, mais um cidadão corrupto; se tiver tendências políticas, desequilibrará a nação pelo desemprego, pela recessão e pela inflação; se for militar, certamente tornar-se-á um déspota ou ditador. Esse tipo de pessoas perdeu o verdadeiro significado da vida, pois tudo o que lhes interessa é atingir seus objetivos egoísticos, pouco importando o preço a pagar.
Por outro lado, se a pessoa tiver caráter norteado por princípios ético-morais, fatalmente enveredará para o caminho da terceira fase, a espiritual, cuja trajetória é a meta última de toda a criatura humana na face da terra. Começa para ela então, um novo despertar, o da consciência, que lhe permite atingir a percepção exata da realidade das coisas, ou seja, aprende a conhecer a si mesmo.
Essa percepção vai um pouco além daquela compreensão vulgar dos sentidos, quando ela se satisfaz com tudo aquilo que pode ser tocado, visto, degustado, ouvido ou aspirado (como já dizia Saint-Exupéry: o essencial é invisível aos olhos ). Essa percepção espiritual nada tem a ver com sentimentos de religiosidade, sendo excluídas todas e quaisquer manifestações de credos religiosos, independente do nome que tenham.
No cômputo das ações, não haverá igreja, religião, seita, ordem ou tempo algum que resgatará os liames negativos criados pelo ser humano, a não ser, que ele próprio o faça, pela lei do retorno do resgate. É nisso que reside a infalível Justiça Divina. Despertar espiritualmente, não significa praticar o culto, arrepender-se dos erros, para tornar a cometê-los novamente, num círculo vicioso que parece nunca acabar.
Despertam espiritualmente, todas aquelas criaturas humanas: isentas de egoísmo; desprendidas de bens materiais; que mantêm o foco de seus pensamentos puros e limpos; que não cobiçam bens alheios; que não usam as palavras além do necessário; que ajudam seus semelhantes, sem segundas intenções; e que não prejudicam seus corpos com excesso alimentar ou alcoólico.
Refere a sabedoria popular, que a caminhada espiritual é um verdadeiro calvário. No fundo, não é. Nós é que nos acomodamos com a caminhada fácil da humanidade libertina, por isso, não podemos e nem devemos nos queixar do inferno astral que enfrentamos diariamente, nessa viciada primeira fase do instinto.
Richard Zajaczkowski

quarta-feira, 8 de maio de 2013

OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA TÉCNICA PSICANALÍTICA


Tornar consciente o inconsciente ou a superação das resistências foi e continua sendo o caminho e o fim de toda técnica analítica. Variam as formulações deste princípio, os conteúdos e variam os métodos de apresentá-los, mas o princípio continua sendo o mesmo.
Freud formula a finalidade da análise, por exemplo, também como restituição da unidade psíquica, pondo fim ao alheamento entre o ego e a libido, ou mais adiante, em termos de estrutura: “Onde está o id, aí deverá estar o ego” (Freud, 1933). Estas formulações dizem, em sua essência, o mesmo que às anteriores, e este princípio é também a base que todos os analistas de ontem e de hoje se encontram unidos.
Existem muitas variações e divergências em relação aos princípios técnicos básicos. À primeira vista, podemos destacar alguns fatores que o determinam:
- O procedimento técnico depende da extensão dos avanços psicológicos gerais e especificamente técnicos. Esta extensão varia segundo a época de psicanálise e as épocas de cada analista. 
- Novas descobertas e afirmações são acatadas por uns e rejeitadas por outros, e diversos fatos são valorizados de forma diferente, o que conduz a diferentes conceitos de ordem secundária, a diferentes princípios secundários, que determinam aplicação diferente dos princípios básicos, comuns a todos, isto é, diferentes técnicas.
- O fator individual ou pessoal. A técnica depende obviamente, do diferente caráter de compreensão, e das distintas contratransferências de cada analista. É também claro que cada paciente “cria” um diferente analista (assim como cada filho “cria” diferentes pais), sugerindo-lhe maiores e menores variações técnicas.
- O fator genealógico, quer dizer, a influência de diferentes “arquiavós” e “pais” analíticos sobre a técnica de seus filhos, netos e bisnetos analíticos.
Devemos fazer referência também, ao que consideramos o fim do tratamento analítico. Este também passou por diversas formulações. O conceito de “cura” (que primeiro se referia aos sintomas e depois aos “complexos”) compartilhou e compartilha seu lugar com outros conceitos. “Amadurecimento emocional”, “adaptação à realidade”, “superação das perturbações evolutivas da personalidade” são algumas destas formulações.
Mas, na essência, tanto o analista de ontem, como o de hoje, dirige sua atenção às causas das perturbações (isto é, aos conflitos psíquicos), sabe que está no caminho certo e confia, portanto, nas consequências positivas, sem inclinar-se diretamente para elas.
Considerando-se o desenvolvimento da psicanálise desde sua origem, pode-se dizer que começou como terapia, em seguida, dirigiu sua atenção ao homem como totalidade e descobriu por este caminho as perturbações gerais e especiais da evolução do homem, do ser humano em si, “doente” e “são”, e o tratamento psicanalítico converteu-se em uma técnica de evolução ou transformação humana, incluindo esta, como uma de suas possibilidades principais, a terapêutica.

POR: COLUNISTA PORTAL - EDUCAÇÃO