Sociedade de Estudo Psicanalítico Contemporâneo

... Confiabilidade, comprometimento, contentamento do cliente, transparência, ajustamento, ética e valorização do profissional, estas são as propostas da SEPC. Atuando como Referencia de nobreza da Psicanálise.

"A aceitação de processos psíquicos inconscientes, o reconhecimento da doutrina da resistência e do recalcamento e a consideração da sexualidade e do complexo de Édipo são os conteúdos principais da Psicanálise e os fundamentos de sua teoria, e quem não estiver em condições de subscrever todos eles não deve figurar entre os Psicanalistas".

Sigmund Freud



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Humor como um fenômeno transicional na clínica psicanalítica: uma hipótese




          Desde a época de Freud, alguns psicanalistas tentam adaptar a clínica psicanalítica aos chamados casos “difíceis” ou “incuráveis” pelas técnicas tradicionais. Sandor Ferenczi, já questionava se o fracasso terapêutico seria sempre uma “resistência” do paciente ou se não seria antes uma dificuldade do próprio analista em adaptar-se às particularidades de cada sujeito no plano do método. Chamava a atenção dos psicanalistas da época para que evitassem a hipocrisia profissional, a frieza e a intelectualização e procurassem agir com uma autêntica simpatia, pois achava que os pacientes adivinhavam, de maneira quase extralúcida, os pensamentos e as emoções do analista.
          Muitas vezes, o analista necessita de uma disponibilidade interna para improvisar técnicas criativas dentro do setting analítico. É que alguns pacientes requerem uma atenção diferente tirando o analista de sua neutralidade habitual. Desorganizado em seu arranjo neurótico e perturbado em sua aparente calma, o analista vê-se obrigado a lidar com a ação perturbadora e turbulenta do núcleo psicótico que eclode numa relação analítica com alguns pacientes. 
Autores como Winnicott, Bion, Joyce McDougall e mais recentemente, André Green, se preocuparam com as formas mais primitivas do funcionamento mental e com a necessidade do analista estimular durante o tratamento o processo de simbolização, pois acreditam que o cerne do problema de muitos casos clínicos reside na dificuldade do mecanismo de recalque nesses pacientes, cuja conseqüência é uma experiência avassaladora e insuportável diante da realidade externa.
          Sabemos que o processo de simbolização requer uma identificação secundária do sujeito com o objeto representante da lei que funda a cultura e impede a atuação das tendências edípicas.  Porém, essa identificação pressupõe também uma perda de status e de ilusão de completude narsícica, pois foi resultado de um “não” edípico que significou, dentre outras coisas, uma grande proibição trazendo sentimentos de abandono e rejeição.
          A identificação secundária constituirá um Superego por vezes mais “sádico”, “rígido” e “tirânico” do que a própria realidade que o constituiu.  Este superego pode tornar-se tão ameaçador que a impressão que se tem é que ele embota a capacidade do sujeito de percepção e tradução da realidade externa.
          O Ideal de Eu, nesses casos, pode ficar prejudicado pela incapacidade desse sujeito interiorizar os pais como modelos ideais a serem imitados.  Em conseqüência, não haverá uma recaptura narcísica, mas uma regressão ao estágio de Eu Ideal, onde o sujeito permanecerá protegido do sofrimento do fracasso edípico ou do intolerável encontro com o Princípio da Realidade.
          Sabemos que a passagem do princípio do prazer para o princípio da realidade requer uma ação psíquica do sujeito no sentido de conseguir adiar a satisfação alucinatória de desejo para a sua realização na realidade concreta e objetiva. Winnicott diz-nos que essa transição é potencialmente dolorosa, pois envolve uma aceitação do mundo do não-eu e uma relação com o mesmo.  A ação psíquica aqui seria o sujeito construir internamente uma área intermediária entre a fantasia e a realidade onde ele vai criar, através do jogo ou brincadeira, as primeiras experiências culturais, encontrar o seu verdadeiro self e tornar-se capaz de admitir a realidade externa. Winnicott sugere um caminho cujo entendimento teórico nos leva a fazer uma analogia com a tese de Freud sobre o jogo do carretel onde a criança, ao brincar com o aparecimento e desaparecimento (fort-da) do carretel, estaria tentando elaborar internamente a ausência do objeto amado.  Ou seja, o brincar constitui, em ambas teorias, uma forma de o sujeito defender-se da angústia das perdas ou separações.
          Se pensarmos que o aparelho psíquico é capaz, desde muito cedo, como afirma Winnicott, de buscar formas de defender-se da ansiedade através do brincar, veremos que, desde o início, o ego pode acompanhar o desenvolvimento do superego e integrá-lo como Lei, suportando as perdas e separações, sem torná-lo, necessariamente, um representante rígido, sádico, persecutório e temido.
          Não obstante, isso nem sempre acontece. Vemos na clínica que muitos pacientes nos chegam aparentando uma grande fragilidade egóica e uma grande incapacidade de lidar com a realidade externa.  Penso que um dos papéis do analista é o de ajudar a esse paciente a suportar sua angústia, fazendo-o aceitar as perdas e separações, não como uma morte ou fim de uma ilusão, mas como uma possibilidade de perceber o mundo sob uma nova ótica.
          O analista pode ajudar o paciente a fazer as pazes com sua castração, mostrando uma outra face do superego: um representante da lei, sim, porém, mais “camarada”, amigável e facilitador de uma relação do ego com o mundo externo.  Um superego que possa dar espaço para o surgimento de um ideal de ego autêntico e mais próximo da realidade. Tenho recebido em minha clínica muitos pacientes que mal conseguem formular uma questão sobre seu sofrimento e que tudo que dizem é que vivenciam um vazio interno que lhes causa dor e uma grande sensação de angústia. Esses pacientes não conseguem fazer um narrativa sobre si mesmos e geralmente apresentam sintomas ligados a uma falta de afetividade, intelectualização, ou atuação (psicossomática ou no meio ambiente).
          Noto nesses pacientes que aquilo que Freud descreveu como elaboração da ausência-presença do objeto, através da metáfora do jogo do carretel (Fort-Da), não é vivido por eles ou o é com muita precariedade.  Sabemos que esse jogo exige do sujeito uma ação criativa e singular, pois é justamente aí que ele vai entrar em contato com os seus afetos de amor e ódio em relação ao objeto e vai elaborar internamente o vácuo deixado pela ausência concreta desse objeto. Paralelamente a esse estágio de angústia de separação, Winnicott nos fala de um comportamento observado em crianças, em que elas utilizam-se de um fenômeno ou objeto (fenômeno ou objeto transicional) para defender-se contra a ansiedade do tipo depressiva numa fase de transição do princípio do prazer para o princípio da realidade. Esses objetos ou fenômenos transicionais simbolizariam algum objeto parcial, tal como o seio da mãe e, apesar de aparecerem em datas muito primitivas do desenvolvimento, podem reaparecer numa idade posterior quando a privação volta a ameaçar. 
          Tenho observado em minha clínica a capacidade de humor em alguns pacientes que se utilizam desta prática, principalmente nos momentos de medo, ódio, aflição e angústia. Noto que após cada observação espirituosa, e a conseqüente descarga do riso, ocorre uma tranqüilidade e se estabelece uma capacidade de pensar criativamente. É como se o excesso de impulso energético fosse descarregado do seu aparelho psíquico através do riso, aliviando o sujeito de uma carga muito grande de responsabilidade, ficando apenas o suficiente para ajudá-lo a formar o pensamento. Observo nos pacientes que possuem esse dom, que eles são mais aptos a suportar seus sofrimentos e encontrar saídas mais criativas para seus problemas.
          Sobre o humor, Freud escreveu que, dentre outras coisas, este tem algo de libertador e também de elevação e grandeza, e que esta grandeza reside sobretudo no triunfo do narcisismo e na invulnerabilidade do ego à compulsão do sofrer.  A pessoa estaria retirando a ênfase psíquica do ego e transpondo-a para o superego, e este se comportaria como um pai complacente mostrando a realidade externa para seu filho de forma lúdica e criativa.
          Embora Freud nos diga, em 1905, que existe uma função defensiva no humor, em 1927, afirma que o humor seria a contribuição feita ao cômico pela intervenção do superego ... e  ... se o superego tenta, através do humor, consolar o ego e protegê-lo do sofrimento, isso não contradiz sua origem no agente paterno. Ou seja, parece que o ato de defender o filho de um sofrimento desnecessário, apesar de ser uma maternagem, é também uma função paterna.  Assim, existiria nessa “defesa” do ego uma solução criativa, não para negar ou fugir da realidade externa, mas para suportar o sofrimento advindo dela. Dando ao mundo hostil uma versão também humorística,  o superego estaria preparando o ego para aquiescer à realidade externa, protegendo-o de uma angústia paranóide. 
          O superego estaria assim cumprindo uma função de introduzir o sujeito ao mundo externo regido pelas leis sociais e pela cultura sem tornar-se ameaçador ou persecutório. E o ego, identificando-se com a capacidade de humor do superego, introjetaria o mundo externo de forma mais suave, lúdica e criativa. Penso, deste modo, que se o humor é um dos mecanismos internos utilizados pelo ego para proteger-se da compulsão ao sofrimento e que, de certa forma, o ajuda a aquiescer à realidade externa, sem necessidade de negá-la ou cair num luto melancólico, poderíamos considerá-lo como um fenômeno transicional criado pelo sujeito, para estabelecer uma presença simbólica do objeto ausente ou da falta.
          Considerando esta possibilidade, a experiência de humor estaria ajudando o sujeito a aplacar suas ansiedades frente à transição e adaptação para o princípio da realidade, e, como tal, poderia ser utilizado dentro do espaço transicional da terapia como um instrumento terapêutico a favor do analista para interagir ludicamente com o paciente.
Marisa Queiroz de Oliveira e Silva



sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Paixão


          Há muito pouco tempo os cientistas associaram a feniletilamina (um dos mais simples neurotransmissores conhecidos) com a paixão, pois a mesma já havia sido identificada há aproximadamente um século. Esta é uma molécula natural semelhante a anfetamina e suspeita-se que sua produção no cérebro possa ser desencadeada por eventos tão simples nas situações de flerte (trocas de olhares, por exemplo) e nos momentos de toque e carícias com outro ser humano.
          Normalmente o cérebro de uma pessoa apaixonada contém grandes quantidades de feniletilamina, e esta substância pode responder, em grande parte, pelas sensações e modificações fisiológicas que experimentamos quando estamos apaixonados em uma contínua estimulação. Dessa maneira, no início do relacionamento, e aqui me refiro a paixão, há sensação que emerge é a de um perfeito bem-estar. O casal sente necessidade de permanecer junto grande parte do tempo, senão, todo tempo, afinal, precisam ficar juntos para se conhecerem, amarem-se. Nesse período, pouco importa a personalidade de cada um, caem as defesas, o raciocínio temporariamente suprimido para muitas análises no que se refere ao outro se torna oblíquo e viesado, hiperdimensionando suas qualidades e subestimando suas falhas. A sensação pode ser de amor à primeira vista. Um outro dado interessante é que a feniletilamina existe em altos níveis no chocolate, o que fez com que alguns cientistas procurassem dar explicações racionais para esclarecer o porquê as pessoas compram chocolates para suas amadas.
          As associações primevas entre a feniletilamina com a paixão tiveram início com uma teoria proposta pelos médicos Donald F. Klein e Michael Lebowitz, do Instituto Psiquiátrico Estadual de Nova Iorque. Há outros neurotransmissores que podem estar envolvidos nos estados relacionados à paixão e seus efeitos. A Dra. Donatella Marazziti, psiquiatra da Universidade de Pisa, acredita que pessoas os apaixonados estejam num quadro semelhante a um Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Inegavelmente, a paixão e o Transtorno obsessivo-compulsivo compartilham diversos aspectos comuns. E isto não é meramente uma teoria sem fundamentos: "ambos estados associam-se a baixos níveis cerebrais de serotonina, uma substância química fabricada pelo corpo que nos ajuda a lidar com situações estressantes". Uma segunda descoberta do trabalho da Dra. Marazziti e não menos importante merece ser mencionada: bebidas alcoólicas também diminuem os níveis de serotonina no cérebro, por exemplo, fornecendo a ilusão de que a pessoa do outro lado da danceteria de onde você se encontra é o grande amor da sua vida. Logo, cuidado com as noitadas e os excessos no consumo de álcool, pois, você pode dormir com o príncipe, ou ainda, com a princesa dos contos de fada e acabar acordando com o cavalo, ou ainda, com a própria bruxa.
          A antropóloga da Universidade Rutgers e autora do livro “Anatomia do amor”, Helen Fisher, demonstrou que os sintomas provocados pela paixão, como a euforia, a falta de sono, ou ainda, de apetite estão associados a altos níveis de dopamina e norepinefrina, estimulantes naturais do cérebro.
          Outros estudos apontam que os seres humanos são biologicamente programados para se sentir apaixonados entre 18 a 30 meses. Em um levantamento que contou com a ajuda de cinco mil pessoas de 37 culturas diferentes, foi descoberto que a paixão possui um "tempo de vida", tempo longo o suficiente para que o casal se conheça, copule e reproduza. Depois disso, este sentimento evolui para emoções mais brandas, ou ainda, cada componente da díade tem a opção de migrar para um outro relacionamento recomeçando todo o ciclo. Dessa forma, compete ao casal continuar ou não no relacionamento, promovendo-o a um novo estágio, como novos investimentos e novos graus de compromissos. Em caso de permanecerem unidos e voltados um para o outro, se habituarão a manifestações mais brandas de afetividade como o companheirismo e a tolerância. É isso o que concebemos enquanto amor, ao menos, do ponto de vista fisiológico.
          Dificilmente, a paixão resiste a mais de dois anos. Pode-se dizer, então, que geralmente estar com o(a) mesmo(a) parceiro(a) por mais de dois anos seja um forte indício do é amor presente cimentando a relação. Tanto a dopamina quanto a feniletilamina estão relacionadas com as endorfinas. E endorfinas viciam. E como todo vício, produz síndrome de abstinência quando somos privados. Todo o sofrimento pelo qual passamos quando levamos um fora do objeto de nossa paixão nada mais é do que síndrome de abstinência.
          Entretanto, apesar de todas as pesquisas e descobertas, ainda paira uma sensação de que a evolução, por algum motivo, deu-se no sentido de que surgisse o amor não-associado à procriação, quem advoga esta teoria, fundamentada em muitas de suas pesquisas é a antropóloga Helen Fisher. Calcula-se que isso deva ter acontecido há aproximadamente 10.000 anos e que tenhamos herdado este legado amoroso. Dessa forma, os homens passaram realmente a amar as mulheres, não como mera reprodutoras, e algumas destas passaram a olhar os homens como algo mais além de provedores para o sustente de si mesmas e de suas proles.
          Até que se prove o contrário o amor é um aspecto inerente da espécie humana; talvez os animais também sejam capazes de amar, ou pelo menos de se apaixonarem, antropomorficamente falando, mas, não possuam meios para verbalizarem seus afetos. E desde o nascimento, um hormônio secretado pela hipófise e que nas mulheres também estará relacionado à estimulação da lactação e o desencadeamento das contrações uterinas é aquele relacionado com as primeiras formas de apego do ser humano, entre os novos seres viventes e seus cuidadores. Ao longo do tempo estes, transferirão tais vínculos para outros parceiros nos quais investirão seu amor. Assim, novamente reiniciraá todo o processo de produção para novas quantidades do peptídeo oxitocina que regerá, não mais o apego parental, mas, o novo investimento entre parceiros que decididamente permanecerão juntos com laços estáveis de companheirismo. Este hormônio sensivelmente diminuirá os efeitos do estresse do ambiente e também estará relacionado a uma melhoria do sistema imune e conseqüentemente a uma melhor qualidade de vida nos seres humanos que se beneficiarão diretamente e indiretamente do vínculo constituído.
          Aparentemente, contrastando-se paixão ao amor, à primeira vista, parece que a paixão leva muitas vantagens devido aos seus arroubos românticos e porque geralmente relacionados o amor aos exemplos cotidianos que conhecemos e que relacionamos a divórcios, separações, infidelidades, dentre outras inúmeras situações. Mas, não nos enganemos. A despeito desses exemplos, eles não se constituem uma amostra representativa da realidade, muitos estudos afirmam que casais que permanecem juntos (por exemplo, em casamentos) estão aparentemente protegidos contra eventos adversos da vida, ou ainda, situações como doença, pobreza, ou a perda de familiares. Acontecimentos esses que provavelmente uma pessoa apaixonada, dada a efemeridade da paixão, provavelmente preferirá não permanecer para dar suporte de qualquer natureza. Neste sentido, os parceiros que se amam acabam atuando como uma equipe em sinergia para o bem em comum. Dessa forma, segundo alguns autores relacionamentos de longo prazo atuam como um recurso social e psicológico que ajudaria as pessoas a resistirem melhor às possíveis perdas e às adversidades.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A importância de se detectar a depressão em crianças

         
          É difícil imaginar que haja, no ensino primário das escolas, crianças depressivas. É ainda mais difícil imaginar uma criança em idade pré-escolar e depressiva ao mesmo tempo. Mesmo sendo cada vez mais fácil de reconhecer e tratar esse transtorno em crianças, apenas recentemente os pesquisadores iniciaram estudos sobre esse mal em crianças com idades inferiores a 6 anos.
          Em uma pesquisa publicada no periódico Current Directions in Psychological Science, Joan Luby, da Universidade de Washington, EUA, apontou a importância da detecção precoce em crianças.
          A pesquisadora aponta que a depressão em crianças com idade pré-escolar não tem as mesmas características encontradas em crianças mais velhas ou mesmo em adultos – talvez por isso esse transtorno seja negligenciado. Em adultos, por exemplo, a anedonia – perda da capacidade de sentir prazer – se reflete principalmente por meio da diminuição ou perda da libido. Nos pré-escolares, entretanto, isso se traduz na incapacidade de gostar de brincar.

          Fora isso, os pais dessas crianças também não conseguem enxergar o avanço do transtorno, pois os sintomas não são contínuos. Essas crianças não se mostram extremamente tristes (como acontece com os adultos) e pode até mesmo ter períodos em que os sintomas não se manifestem.

Reconhecimento do transtorno

          O reconhecimento desse tipo de depressão é feito por testes específicos aplicados por profissionais de saúde mental. E a partir dessas entrevistas é possível observar os sintomas clássicos de depressão, como falta de vontade de fazer as tarefas diárias, sensação de culpa e mudanças no padrão de sono.
          A pesquisa também sugere que a depressão infantil precoce não é uma condição temporária, mas sim a manifestação inicial de um transtorno crônico que pode piorar com o tempo. Estudos anteriores já demonstraram que os pré-escolares depressivos também mostram os traços depressivos mais intensos durante a infância e na adolescência.
          Por conta desse efeito em longo prazo, a identificação e a intervenção da depressão infantil precoce é importante. O fato dessas crianças ainda terem uma grande plasticidade cerebral – a potencialidade do cérebro de se adaptar a novas experiências e eventos, é um fator positivo. Intervenções nessa idade costumam ter grande eficiência. E apesar de poucas pesquisas sobre o tema, o uso de antidepressivos ainda é bastante questionado. Nessa idade sugere-se o acompanhamento psicoterápico.

com informações da Association for Psychological Science

PSICANÁLISE x PSICOLOGIA x PSIQUIATRIA


Psicanálise

          É a ciência que estuda os problemas que dizem respeito ao comportamento individual e social do homem, decorrente de doenças relacionadas com a soma de suas experiências (doenças emocionais ou neuroses).
          A Psicanálise está envolvida com o indivíduo, enquanto um ser de relações pessoais e interpessoais. Destas relações podem ocorrer bloqueios, somatizações, recalque e repressões que impedem a indispensável sensação de bem-estar e auto-estima. Estes transtornos de ordem emocional, não são vislumbrados pelas outras ciências.

Psicologia

          É a ciência que se ocupa das atividades mentais da conduta objetiva, ou, como preferem muitos tratadistas, a ciência do comportamento humano e animal. A psicologia se ocupa desta maneira, como o comportamento humano em seus aspectos objetivos, observáveis, que possam ser medidos, testados, compreedidos, controlados, descritos e preditos objetivamente. Pode-se afirmar que o psicólogo se ocupa, antes de tudo, com a mente consciente do homem, utilizando-se da aplicação de testes e de outros recursos de sua especialidade. Como observa Henry Graton, "os psicólogos jamais reinvindicaram a psicanálise mesmo teórica, como parte complementar de sua ciência. Eles sempre a consideram mesmo mais como uma parapsicologia, uma pseudopsicologia. Para um bom número, formado por homens de laboratório, ou inclinados a medir funções isoladas, ou mesmo a registrar sutilezas psicológicas do rato branco, incrivelmente não foi possível apreciar um método de investigação que se interessasse pelas profundezas do psiquismo humano".

Psiquiatria

          É a parte da medicina que se ocupa das forças mentais. É de esclarecer que as "doenças mentais", ou melhor dizendo, "doenças cérebro mentais", objeto psiquiatria, são aquelas de origem orgânica, geralmente apresentando lesões do córtex cerebral, e sua terapia se efetua por meio de processos medicamentosos, cirúrgicos, eletrochoques, etc. A atuação do psiquiatra incide, especialmente, sobre as psicoses.

sábado, 28 de agosto de 2010

O que é a Hipnose

         
          A hipnose moderna tem sido usada, com sucesso, para construir a auto-estima, mudar hábitos, perder peso, parar de fumar, melhorar a memória, modificar problemas comportamentais em adultos e crianças, eliminar ansiedade, medos, fobias, tratar a depressão, stress, preparar o sujeito para cirurgias, entrevistas, exames etc. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 90%da população mundial pode ser hipnotizada.

Mas, o que é hipnose?
         
          Hipnose é um estado da mente que todos nós experimentamos, naturalmente, ao longo do dia. Por exemplo, ao dirigir o carro, você pode não se lembrar que está dirigindo, como se estivesse no piloto automático. O estado hipnótico natural também acontece quando você lê um bom livro, envolve-se com um filme interessante ou em qualquer outra atividade onde todas as outras coisas parecem ter sido bloqueadas. Alguém pode conversar com você e você pode não escutá-lo. Em qualquer circunstância onde seja necessária uma grande concentração, automaticamente você se transfere para um estado hipnótico natural.
          O uso da hipnoterapia é feito para acelerar o processo de terapia e encurtar o tempo de tratamento. O tempo varia de acordo com a pessoa e o problema, de uma sessão a alguns meses de trabalho.

Algumas áreas onde a hipnose tem bons resultados:

Depressão; Síndrome do Pânico; Obesidade; Timidez; Impotência; Stress; Ansiedade; Fobia Social; Fobia Específica; LER - Tendinite; Aprendizagem; Educação; Saúde; Cigarro; Auto-Estima; Ansiedade; Dor; Fibromialgia; Transtorno Obsessivo Compulsivo; Stress Pós-Traumático; Anorexia Nervosa; Bulimia; Gagueira; Medo de Falar em Público; Insônia; Sonambulismo.

Mitos e Verdades

          MITO DA INCONSCIÊNCIA - Muitos pensam que estar hipnotizado significa estar inconsciente. Há pessoas que até desejam ficar inconscientes para que "todos os seus problemas lhes sejam extraídos”.
Na verdade, o transe hipnótico é qualificado por uma dissociação consciente/inconsciente onde a consciência está presente, e é desejável que esteja para participar no processo de cura. Por estar
vivenciando um ensaio ameno eventualmente, a pessoa não se lembra do que foi falado, porque ficou alheia com pensamentos, imagens ou sons.
          MITO DE REVELAR SEGREDOS SEM QUERER - Mesmo em transe profundo a mente conserva um sentido de vigilância que protege a integridade da pessoa. Na hipnose Ericksoniana raramente a pessoa é convidada a falar. O inconsciente é capaz de resolver silenciosamente os conflitos mais profundos.
          MITO DE NÃO REGRESSAR DO TRANSE - Se, eventualmente, por estar numa experiência muito agradável ou num transe mais profundo, a pessoa não aceitar a sugestão de voltar do transe, basta deixá-la mais algum tempo, e espontaneamente, o transe hipnótico se transforma em sono fisiológico e ela desperta.
          MITO DE SER DOMINADA PELO HIPNOTERAPEUTA - Na hipnose Ericksoniana o estado de transe é sempre uma auto-hipnose. O hipnoterapeuta é um facilitador, um companheiro de viagem, apenas alguém que está ao lado enquanto o inconsciente da pessoa trabalha.
          MITO DA DEPENDÊNCIA - Um hipnoterapeuta cuidadoso tem sempre o cuidado de dar sugestões pós-hipnóticas de autonomia e liberdade. Ex:...E no dia a dia sua mente inconsciente pode continuar por si mesma com um processo natural e saudável de mudanças... Por isto a Hipnoterapia Ericksoniana é considerada uma terapia breve.
          MITO DE QUE A HIPNOSE POSSA SER MALÉFICA À PESSOA – O inconsciente é sábio e protetor, e absorve apenas aquilo que é saudável e útil. Naturalmente, como a hipnose é uma poderosa estratégia de comunicação com o inconsciente, só deve ser usado por pessoas devidamente treinadas, competentes e éticas. Uma pá é um excelente instrumento para remover terra, mas se for usado para atingir a cabeça de alguém pode matar.
          MITO DA REGRESSÃO - Hipnose não é regressão. A regressão é apenas um fenômeno hipnótico que pode ser usado quando necessário. Como dissemos antes, a hipnose é um fenômeno psíquico, um estado especial da mente que permite ações terapêuticas as mais diversas.

Transe Hipnótico

          É comum as pessoas ficarem curiosas para saber o que elas vivenciarão no transe. Tem algumas pessoas que imaginam que regressarão ao útero materno, outras imaginam que fatos importantes vão ser revelados durante o mesmo, outras acreditam e, portanto querem voltar a outras vidas passadas, etc. As expectativas das pessoas variam de acordo como aprenderam ou ouviram dizer sobre do que seja realmente o transe hipnótico.
          Uma coisa é importante às pessoas saberem: cada transe é único, ou melhor, acontece a cada vez de maneira diferente. Isto porque cada momento da vida de uma pessoa também é diferente. Sendo assim, pode parecer, à primeira vista, difícil para uma pessoa saber se realmente esteve em transe ou não. Na verdade, como já foi dito o transe é natural, e acontece tão naturalmente no nosso dia a dia, e na maioria das vezes tão rápida, que não nos damos conta. O que acontece no transe hipnótico é que ele pode se estender por um tempo maior, podendo assim a pessoa se dar conta das transformações que aconteceram com ela durante esse período.
          Durante o transe hipnótico acontecem os fenômenos hipnóticos, e são estes que mostram para o
hipnoterapeuta e, alguns para a própria pessoa que ela realmente esteve em transe. Muitos desses fenômenos acontecem naturalmente ou são induzidos pelo hipnólogo. São os fenômenos hipnóticos:

Rapport

          É o primeiro fenômeno que acontece. É o laço de confiança, pois o cliente se solta, na medida em que confia no hipnoterapeuta.

Catalepsia

          Devido ao relaxamento acentuado o corpo se comporta como se fosse de cera. Quando ocorrem os movimentos, estes são vagarosos. Posições normalmente desconfortáveis, como braços levantados, por exemplo, não provocam fadiga.

Distorção do tempo

          A percepção do tempo se altera para mais ou para menos. Trinta minutos parecem cinco, dez minutos parecem ter durado uma hora.

Dissociação

          Os estados psicológicos conscientes e inconscientes ficam separados. No estado de transe hipnótico o consciente está presente, mas a pessoa percebe que algo mais está acontecendo.

Amnésia

          É a perda da habilidade de lembrar. É diferente do esquecimento porque o conteúdo "esquecido" parece ter sido selecionado pela mente. Ocorre espontaneamente em transes profundos ou pode ser sugerido pelo hipnoterapeuta.

Hipermnésia

Aumento da capacidade de lembrar fatos do passado próximo ou remoto.

Regressão de idade

          Consiste em reviver estados psicológicos do passado espontaneamente ou por solicitação do hipnoterapeuta.

Progressão de idade

          Consiste em ver-se no futuro, projetar-se para o futuro imaginado ou desejado, e até mesmo formar um "eu futuro" que pode aconselhar ao "eu presente" sobre o que fazer para atingir objetivos saudáveis.

Alucinação positiva e alucinação negativa

          Na alucinação positiva a pessoa vivencia uma percepção na ausência do objeto. Na alucinação negativa a pessoa não percebe um objeto presente ( ex. pode-se sugerir à pessoa que o amigo fulano de tal - presente no ambiente - não se encontra ali , a pessoa hipnotizada não será capaz de ver o tal fulano).

Escrita automática

          Por sugestão do hipnoterapeuta a pessoa escreve em transe sem a vigilância ou interferência da mente consciente.

Sugestão pós-hipnótica

          Execução, após a experiência do transe, de instruções ou sugestões dadas durante o transe.

Analgesia - anestesia

        Analgesia consiste no entorpecimento da consciência da dor.
        Anestesia perda completa da consciência da dor. Fenômenos hipnóticos muito úteis em pessoas nas quais o uso de analgésicos e anestésicos é contra-indicado.

Hiperestesia

          Aumento da sensibilidade física normal.
          Movimentos ideomotores São movimentos automáticos de algumas partes do corpo que acontecem
automaticamente. (tremores, repuxões, levitações, etc.).

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Analise de Pais - Crianças: sintomas dos problemas dos pais


          Vivemos uma época de mudanças radicais em todos os aspectos da vida humana. Na família, sobretudo, as relações entre pais e filhos estão passando por momento muito difícil. Trata-se de uma verdadeira mutação. A família patriarcal cedeu lugar à família parental. A autoridade do pai diluiu-se. A autoridade parental (em que há igualdade entre pai e mãe) está com muita dificuldade de dar conta da educação dos filhos. Estamos num momento de passagem.
          Os pais como os educadores já não têm a mesma certeza que tinham os pais de 20 ou 30 anos atrás. Nossos filhos são influenciados pelos mais variados meios de comunicação e isso faz com que a educação dada em casa seja invadida por uma multiplicidade de solicitações. Essas influências chegam aos nossos filhos como informações de todo tipo e como alteração dos valores tradicionais, dificultando ainda mais a tarefa de educar. Além disso, as várias formas de família alteram as referências constantes que a antiga família proporcionava e ninguém sabe como vão ser os filhos assim educados.
          É fato conhecido que mais da metade das crianças que hoje chegam à escola apresenta algum distúrbio de comportamento. Nós todos, pais, educadores, num movimento quase espontâneo, pensamos logo em encaminhá-los para um especialista.
          Nossa maneira de ver é diferente. Há anos trabalhamos com a análise de pais e não dos filhos. Os distúrbios apresentados pelos filhos, nós os consideramos sintomas dos problemas dos pais. Os sintomas dos filhos são causados, inconscientemente, por uma maneira de educar que entala o desenvolvimento psíquico deles. Os pais são os verdadeiros educadores dos filhos. Normalmente, são movidos pelas melhores intenções. Mas não existe possibilidade de ser pais e não transmitir problemas para os filhos.
          Pelo próprio princípio da análise, nosso cuidado é não oferecer solução para os transtornos e, sim, ter certeza que os pais, elucidados pela análise, podem encontrar uma saída, uma resolução. Pelo mesmo princípio, importa-nos preservar a originalidade do casal, pois só a subjetividade dele pode gerar mudanças inconscientes, inventar atitudes e atos que consigam reordenar a criança. Há anos essa prática de análise tem comprovado sua eficácia.
          Os mais diversos distúrbios sejam eles psíquicos ou de comportamento, como neuroses, e até psicoses, insônia, problemas de alimentação ou de higiene, problemas de relacionamento, os de concentração ou de hipermotividade, identidade sexual, mau uso da internet... enfim, tudo o que provoque sofrimento na família, quando os pais são verdadeiramente escutados, pode encontrar solução adequada.
         Pensamos que precisamos tanto ter consciência clara dos problemas de nossa época, como necessitamos acreditar que, se vivemos nesse momento da História humana, somos convocados a dar conta de nossa missão de levar à frente a civilização e a cultura que garantem o humano. Não temos mais certezas, temos que ir à busca delas, temos que inventar caminhos. É nossa convicção que somente um pacto entre pais e escola, entre pais e sociedade, pode hoje encontrar soluções para os problemas de nossos filhos.

Durval Checchinato

terça-feira, 13 de julho de 2010

"PSICOSSíNTESE" Auto-ajuda no crescimento pessoal

         
          O que quer a Psicossíntese? Avaliando essa pergunta, podemos dizer que a mesma, busca o ajustamento psíquico e o crescimento pessoal, que nada mais é que uma inclinação natural da raça humana. Na busca de sua harmonização o homem que está dividido em níveis e aspectos de sua organização irá com o auxilio deste método sintetizar essas escalas. É observável que o ser em doses normais e até patológicas, intrapsíquicamente trava conflitos de toda natureza, no intuito de satisfazer-se atendendo seus anseios, buscando a esmo evoluir para níveis mais altos, desperdiçando assim uma valiosa somo de energia que se em sua descarga não achar o caminho adequado, resultará num agravamento das neuroses e suas patologias.
          Estruturalmente a psicossíntese desmembra as instâncias do psiquismo para eliminar aquelas que são dispensáveis para o caminho harmônico ou pelo menos neutralizar inicialmente suas investidas, já que tais se alimentam do fracasso e baixa auto-estima do Ego. É conhecido da Psicanálise o SUPEREGO (SO) – este se desenvolve a partir do Ego, quando primariamente, na busca para se libertar do primeiro objeto (mãe), que para o ser nessa fase, é sua única forma de satisfação (gozo), uma vez rompendo, retornará ao mesmo sujeitando-se a essa mudança. Assim, se observará o superego formado, pois para o bebê a mãe (1º objeto) já não é mais ele, pois no seu entendimento mãe e bebê são a mesma coisa, isso faz com que, ele possa se perceber fora dela e sendo outro. Para a criança, isso é assustador e a partir de então ele fusiona-se com o objeto (mãe).
          Dessa maneira, bem como as outras instâncias o (SO) também tem níveis e ao alcançar a fase adulta o (SO) exerce sua função com mais força, tendo a capacidade de avaliar, observar e julgar a partir dos seus próprios critérios. O método não tem por objetivo a sua reprogramação e sim neutralizar suas investidas contra o Ego.
          Outra instância chamada de (id) parte importante da estrutura psíquica formada pelos representantes mentais e seus impulsos instintuais que também é uma fonte de energia para todo aparelhamento mental. Alem disso, em nossa linguagem agregamos o (NA+O) que são os Núcleos de Apoio + Objeto, que se referem a tudo aquilo que devotamos apego e que, se por ventura do indivíduo for tirado inevitavelmente elaborará muito sofrimento (luto). Uma vez eliminados os (OEx) Objetos Externos deixarão o caminho do Ego aberto para ser livre e gozar de uma consciência capaz de se ajustar e alinhar-se com o (NAE) que é o Núcleo de Apoio do Ego, Núcleo de Auto-Estima e que terá função autônoma e coerente mantendo este último sempre com sua auto-estima elevada.
          O Ego tem como tarefa principal de sua existência a auto-preservação. Entretanto, para que haja um melhor entendimento por parte do leitor, iremos facilitar o conceito sobre o Ego de forma simplificada, pois este é o objetivo da psicossíntese, visto que, é o no Ego que tudo acontece, exemplo: se após uma péssima noite de sono você acorda mal humorado mesmo sem ter tido contato algum com outra pessoa, será possível avaliar que estímulos internos são os responsáveis pela agressão sofrida pelo Ego. Os estímulos esternos são aqueles percebidos do mundo existente fora do Ego podendo ele ajustar-se a estas ou aquelas situações para não ser agredido.
          Contando com o amparo incondicional do (NAE), o Ego se sentirá capaz de diluir as tensões sofridas por ele na busca do prazer e do inevitável encontro com o desprazer. E dessa forma, não prevalecerão mais sobre esse Ego as perversões, os conflitos, a solidão, a desilusão, as perdas e as muitas outras formas de agressão.
          A psicossíntese embora tenha um aspecto complicado é um método de abordagem simples: [E+(SO)+(NA+O)+id] = [E+(SO)+id]. Estas são algumas das fórmulas em que a psicossíntese apresenta os estados mentais do sujeito, sendo [E+NAE] – soma do Ego (Eu) com Núcleo de Auto-Estima – o objetivo final da mesma.
          Nossa metodologia vem sendo muito utilizada no Brasil não só na clínica, pois suas aplicabilidades transcendem vários campos: o cientifico, o não cientifico, o pedagógico, o religioso, o filosófico, o acadêmico, bem como em todas as áreas que têm a seus cuidados a saúde mental. Contudo, ainda é possível fazer um questionamento: Quem pode utilizar-se dos benefícios da psicossíntese na clínica?
          Analisando-se a atual conjuntura da Psicanálise no Brasil, podemos dizer que esse método pode ser utilizado em pacientes que se apresentam com baixíssima auto-estima, por exemplo: o homem de negócios, atormentado e nervoso, a dona de casa preocupada e agitada, a criança exasperada por contínuos acessos de raiva, o homem e a mulher que não conseguem deixar de beber, em suma, pessoas em estados deprimentes, entre outros.
          A abordagem inicial como terapia de apoio no tratamento, elege com meta a promoção do processo de crescimento contínuo, integrando o corpo aos sentimentos, fazendo com que a mente leve o indivíduo harmoniosamente à plenitude de sua vida, acessando com isso em maiores níveis, suas capacidades e talentos e assim sua potencialização. Sendo assim, o processo terapêutico da psicossíntese é na verdade uma forma diferente do indivíduo ser conduzido a ver o outro lado do muro, o muro que o coloca do lado de dentro e o faz medroso, lhe dando a falsa impressão de protegido. E do lado de fora um verdadeiro e autêntico modo de viver, hostil, agressivo e competitivo, contudo verdadeiro e autêntico como todo ser humano por natureza o é, e por formação não se permite assumir.
Oliveira, Jorge Luiz Souza