Sociedade de Estudo Psicanalítico Contemporâneo

... Confiabilidade, comprometimento, contentamento do cliente, transparência, ajustamento, ética e valorização do profissional, estas são as propostas da SEPC. Atuando como Referencia de nobreza da Psicanálise.

"A aceitação de processos psíquicos inconscientes, o reconhecimento da doutrina da resistência e do recalcamento e a consideração da sexualidade e do complexo de Édipo são os conteúdos principais da Psicanálise e os fundamentos de sua teoria, e quem não estiver em condições de subscrever todos eles não deve figurar entre os Psicanalistas".

Sigmund Freud



quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

sábado, 15 de fevereiro de 2014

AMOR ROMÂNTICO TEM EFEITO SIMILAR À COCAÍNA, DIZ ESTUDO


Os efeitos do amor no cérebro são parecidos com os da cocaína, de acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos.
O estudo, publicado na revista Monitor on Psychology, indicou ainda que o amor romântico pode ser uma necessidade tão fundamental quanto a fome e a sede.
A pesquisa foi realizada em conjunto pelo psicólogo social Arthur Aron, da Universidade Estadual de Nova York, a neurocientista Lucy Brown, da Faculdade de Medicina Albert Einstein e pela antropóloga Helen Fisher, da Universidade Estadual de Nova Jersey.
A equipe estudou tomografias do cérebro de pessoas apaixonadas, realizadas enquanto elas pensavam em seus amantes, e percebeu que todos apresentavam atividade em regiões do cérebro ricas em dopaminas, neurotransmissores que estimulam o sistema nervoso central.
Essas regiões, conhecidas como o sistema de “motivação e recompensa” do cérebro, são ativadas quando uma pessoa obtém algo que realmente deseja como comida, água, drogas ou, segundo os cientistas, a pessoa amada.
“Todas as necessidades básicas são associadas com o sistema de dopamina, e o amor romântico também é”, disse Fisher.
Motivação e recompensa
“Os vícios são muitos poderosos e todos os vícios são associados à dopamina de uma forma ou de outra”, afirmou Fisher.
Segundo ela, o aumento da energia em pessoas apaixonadas também pode ser atribuído a um excesso de dopamina.
Um outro estudo ainda não publicado, realizado pela mesma equipe, mostrou que sistemas similares do cérebro são ativados em pessoas felizes no amor e entre aqueles que foram rejeitados recentemente.
A equipe realizou tomografias em 15 estudantes que estão sofrendo por amor enquanto eles olhavam fotos de ex-namorados.
Assim como os que estão felizes, os estudantes rejeitados apresentaram atividade na região de motivação e recompensa do cérebro ao pensarem nos ex-amantes.
Mas os sofredores também tiveram atividade em outra região do cérebro, ligada ao processo de correr grandes riscos.
Segundo Fisher, considerar o amor como uma necessidade, ao invés de uma emoção, pode ajudar os médicos a entender melhor o sofrimento de uma separação e prever como alguém vai lidar com a rejeição.
“Muitos casos de homicídios, suicídios ou obsessão são associados ao amor romântico, e quanto mais pudermos entender os processos básicos do cérebro, mais poderemos compreender por que as pessoas cometem esses crimes.”
Fonte: [url=http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/02/070214_amordroga_ir.shtml]BBC Brasil[/url]

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013


CONFERÊNCIA COM O DR. h. c. JORGE OLIVEIRA, 
PSICANALISTA. REALIZADA POR 
ACADÊMICOS DAS CIÊNCIAS E ARTES, 
MEMBROS DA PSICOTHERAPY, EM 18/09/2013.



ACADÊMICOS, Perg.: O QUE É UMA PESSOA INVEJOSA?

JORGE, Resp.: É uma pessoa que deseja algo que pertence aos outros, cobiça, no entanto, para LACAN, a inveja é um sentimento inerente à condição humana e que, sem ser inata forma-se muito precocemente, à medida que vai desfazendo-se o paraíso simbólico e vai se instalando a necessidade de depender de pessoas do ambiente exterior e real. A partir da diferenciação entre o “EU” e o “OUTRO” leva o reconhecimento da necessidade do outro, surge a inveja, que só pode existir quando há dois elementos diferentes.

ACADÊMICOS, Perg.: A PESSOA INVEJOSA SE SENTE SATISFEITA NATURALMENTE?

JORGE, Resp.: Não! Inversamente, a inveja pode originar uma defesa de regressão, em nível funcional, para que o ego ideal do sujeito não sinta separação e sua diferença do outro, considerando, portanto, a pessoa invejosa nunca está satisfeita.

ACADÊMICOS, Perg.: A QUE O ESTADO DE ANGUSTIA LEVA O “EU”?

JORGE, Resp.: FREUD descreve a angustia, com a concepção de que, contra eventuais perigos o sujeito cria sinal de alarme, e faz com que situações banais pareçam altamente ameaçadoras, de forma muito desproporcional ao risco real, assim o “EU” da pessoa tem a reação de alarme diante de algum fato banal, no estado de angustia a pessoa apresenta sinais medo de morrer, enlouquecer, taquicardia, dispneia suspirosa etc.

ACADÊMICOS, Perg.: POR QUEM A PESSOA PODE TROCAR OS SEUS NÚCLEOS DE APOIO OBJETETAIS?

JORGE, Resp.: Por você mesmo, considerando que só a própria pessoa tem ampla condição de ajudar a si mesma.

ACADÊMICOS, Perg.: O QUE É UM ESTADO PASSIONAL?

JORGE, Resp.: É um estado de paixão onde o ódio pode formar revolta do “EU” contra o outro, como também o “EU” contra os fatores antropológicos, biológicos e psicológicos, o individuo neste estado não mede as consequências dos seus atos.

ACADÊMICOS, Perg.: COMO O FATOR ANTROPOLÓGICO ATUA NA FORMAÇÃO DO CONCEITO DE INFERIORIDADE DO “EU”?

JORGE, Resp.: O fator antropológico pode atuar de forma negativa em relação ao “EU”, considerando que, a critica, a alegação, a preferência, a rivalidade, o mimo... podem gerar de acordo com a personalidade da pessoa, complexo de inferioridade, pois o “EU” do individuo se sente fragilizado, ou debilitado em relação a outra pessoa.

ACADÊMICOS, Perg.: QUAL A DIFERENÇA ENTRE O ESTADO OBJETIVO E SUBJETIVO?

JORGE, Resp.: O estado objetivo é quando o “EU”, está LIVRE, e no estado subjetivo o “EU” apresenta-se em estado confuso, nebuloso.

ACADÊMICOS, Perg.: QUE REFLEXÃO VOCÊ NOS DIRIA PARA A  ELEVAÇÃO DA AUTOESTIMA ?

JORGE, Resp.: Eu diria que Você se cura quando há um protetor dentro de você. O NAE (Núcleo de Apoio do Eu), só ele ouve a sua voz, não ouve a voz de ninguém. E que, somos determinados por forças fora de nosso EU consciente, e por paixões e interesses que nos dirigem à nossa revelia. Na medida em que isso ocorre, não somos livres. Mas podemos livrar-nos dessa servidão e ampliar o reino da liberdade, abandonando as ilusões e nos transformando, de pessoas sonâmbulas, prisioneiras, dependentes, passivas, em pessoas despertas, consciente, ativas e independentes. Obrigado!


sábado, 7 de dezembro de 2013

COMO VENCER A DEPRESSÃO


1) O que é a Depressão?
É um Transtorno Afetivo, que afeta o "humor" do indivíduo, alterando sua forma de ver o mundo e até mesmo algumas funções do corpo, como: O sono, a alimentação, a libido e o vigor físico.

2) Por que algumas pessoas têm Depressão?
Classificada de "Doença da alma”, a Depressão ganhou caráter químico ao ser descoberta sua ligação com a falta de duas substâncias no cérebro: Serotonina e a Noradrenalina
a) Deficiência de Serotonina:
• Desmotivação
• Pouco ou muito apetite
• Pouco ou nenhum interesse sexual
• Agressividade
• Oscilação de humor
• Pensamentos negativos
• Ansiedade
• Irritabilidade

b) Deficiência de Noradrenalina:
• Falta de energia
• Concentração reduzida
• Insônia
• Incapacidade de tomar decisões
• Pensamentos negativos
• Ansiedade
• Irritabilidade


3) As três formas de Depressão:
a) Depressão Somatogênica - São depressões desencadeadas por doenças diversas, como: Dores crônicas, diabetes, Parkinson, AIDS, hepatite, etc. Dentro deste tópico, convém lembrar que alguns medicamentos provocam depressão.
b) Depressão Endógeno-Psicótica - É a mais rara, porém, grave. Estudos apontam causas biológicas e possivelmente, relacionadas à hereditariedade.
c) Depressão Psicorreativa Neurótica - É a mais comum (algo em torno de 70 % dos casos). É o que chamamos de “Mal do Século". Causas: Alcoolismo, conflitos amorosos, infidelidade, dificuldades na sexualidade, estresse, desemprego, etc.

4) Desdobramento dos quadros de Depressão:
a) Episódio Depressivo Leve - Os pacientes apresentam perda de interesse e do prazer, sente fadiga, angústia, tem dificuldade de realizar o trabalho do dia-a-dia e atividades sociais, contudo não pára as suas atividades.
b) Episódio Depressivo Moderado - O paciente tem os mesmos sintomas do quadro leve, porém terá dificuldade de realizar suas atividades laborativas, sociais ou domésticas.
c) Episódio Depressivo Grave - O paciente apresenta angústia ou agitação considerável, perda da auto-estima, sentimentos de inutilidade, sentimento de culpa, vontade de morrer e incapacidade para realizar suas atividades.

5) Sintomas da Depressão:
* Desânimo, falta de apetite, choro com facilidade, agitação, pulsões de morte, retraimento, irritabilidade, humor deprimido, etc.
No Brasil muitas pessoas nem procuram um médico, pois não acreditam estar doentes, ou simplesmente vão a um clínico geral, que não tem informação para detectar um quadro de depressão. A desinformação é tamanha que a maioria interpreta mal os sintomas do paciente.
Exemplo: O paciente chega ao consultório e diz que está sem ânimo para nada, até para namorar. Ainda chorando muito, pergunta: Será que estou com depressão?
Respostas:
a) Endocrinologista: Deve ser problema de tireóide e por isso ganhou peso, deve fazer dieta.
b) Ginecologista: Está entrando na menopausa e deve fazer reposição hormonal.
c) Cardiologista: Está com o colesterol alto, deve fazer exercícios e dieta.
d) Ortomolecular: Precisa tomar vitaminas para deter a ação dos radicais livres no organismo.

6) Dados Importantes:
• Aproximadamente, 15 milhões de brasileiros sofrem de Depressão;
• A doença é duas vezes mais comum em mulher do que em homem.
• A Depressão pode prejudicar o coração num período de até 10 anos após ter tido Depressão.
• Cerca de 17% dos brasileiros vão passar por, pelo menos, um quadro depressão na vida.
• A idade média da 1a depressão caiu de 40 para 26 anos, sem contar que existem pessoas mais jovens e até crianças já com a doença.
• Em 2002, 16 milhões de antidepressivos foram vendidos para cerca de 700 mil pacientes no país.
• O paciente que não receber tratamento adequado pela 1a vez, terá 50% de chance de enfrentar uma segunda manifestação da doença.

7) Depressão Infantil
Crianças de um ano e meio em diante também podem entrar em estados depressivos. As crianças deprimidas mostram um quadro de tristeza e apatia, com falta de interesses em brinquedos e qualquer atividade.
Condutas mais importantes que caracterizam a Depressão infantil:
* Oscilação no humor — Tristeza ou Euforia
* Auto desvalorização - Eu não consigo; não posso; estou cansado.
* Modificação no desempenho escolar – desadaptação da criança; dificuldade de concentração; atraso no desenvolvimento psicomotor.
* Suicídio - Essa intenção consciente de suicidar-se costuma surgir somente a partir de 6 anos de idade.
Em crianças, cuja vida emocional ainda está em formação, o mais indicado é uma assistência psicológica e o aconselhamento. Remédios não ensinam ninguém a viver.

8) Tratamento:
Psicoterapia no Tratamento da Depressão - No que se refere a prática clínica, a Psicoterapia Breve, é uma forma eficaz para os casos de Depressão, pela riqueza técnica que dispõe; principalmente no que tange ao acolhimento, a valorização, o apoio e a instilação de esperança que a técnica, de um modo geral, oferece ao paciente.
        A Psicoterapia Breve é um tratamento psicodinâmico, por estar firmemente ancorado nos princípios psicanalíticos, e que, concebe a Depressão em termos de um fracasso adaptativo resultante de conflitos intrapsíquicos. E, ao invés de se dirigir apenas aos sintomas depressivos, a Terapia tem como objetivo usar a relação terapêutica para investigar e esclarecer os conflitos neuróticos, principalmente àqueles de proximidade e intimidade afetiva que, aliás, são os mais frequentes. De uma forma mais prática diríamos que o psicanalista está preocupado tanto com a origem dos comportamentos depressivos, quanto com as conexões entre o início dos sintomas e os problemas atuais mais ativos na vida do paciente.
       Em alguns casos de Depressão se faz necessário um médico para receitar medicamentos antidepressivos.

9) Como Vencer A Depressão?
a) Aprenda a lidar com desapontamentos, perdas, fracasso,...
b) Rejeitar pensamentos negativos, objetivando um Viver Feliz
c) Confiança em Deus
d) Mudança de ambiente:
> Redução da jornada de trabalho
> Mudar a rotina
> A família estimulando um ambiente de apoio.


Procure um Psicanalista.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O QUE É METACOGNIÇÃO...






De repente nos deparamos refletindo sobre nossos pensamentos, sentimentos, julgamentos, decisões, o como chegamos em tal conclusão, que lógica foi utilizada para resolver tal problema...

A metacognição é justamente este processo que muitas vezes realizamos sem perceber. É a nossa capacidade de refletir sobre nossos pensamentos e conhecimentos... Contudo, não se trata apenas de reflexão, mas sim de muito mais, de todo um processo que leva o indivíduo a verdadeira aprendizagem, que o torna capaz de relacionar aquilo que está aprendendo com os mais diversos contextos da vida.

Dentro do contexto educativo, quando o professor solicita ao aluno que explique a lógica utilizada para resolver tal atividade, permite ao aluno ultrapassar o universo cognitivo e chegar ao processo metacognitivo.
Este tipo de introspecção é crucial para a tomada de boas decisões, pois é um exercício que nos permite refletir sobre a própria aprendizagem.

Estratégias metacognitivas deveriam ser desenvolvidas desde o início da educação formal do estudante, procurando dar mais ênfase ao como o aluno fez para resolver determinada situação e não somente ao resultado final.


Neurociências em Benefício da Educação

domingo, 1 de dezembro de 2013

Todos contra a hipocrisia



“Tema espinhoso na medida em que convoca a pensar sobre aquilo com que a sociedade não é muito afeita a se haver: as questões que lhe são próprias, a fissura da qual padece”, Márcia Tiburi.
Quem disser que não usa drogas hoje ou é ingênuo ou mentiroso. Praticamente, o uso de substâncias que alteram o estado mental vem acompanhando o ser humano há milhares de anos, quer seja por razões culturais, sociais ou religiosas. Claro que essa relação pode ser inofensiva, dependendo do caso, porém temos que ficar atentos quanto a isso quando os padrões de utilização de bebidas, medicamentos e outros começam a ser alterados.
Será mesmo que devemos considerar o uso de drogas um tabu, se o que temos é uma sociedade tão fissurada que “obriga” o sujeito a se viciar? Este questionamento não é mencionado nas falas prontas cheias de desconfiança, ódio ou medo das rodas restritas nos seminários acadêmicos ou debates em torno do assunto frequentemente realizados. 
Vivemos em uma política de consumo exagerada com a expansão da indústria de psicofármacos. Talvez ligada ao neoliberalismo e a pós-modernidade. Os resultados deste cenário não são suficientes no sentido de curar o sofrimento humano, uma vez que a essência da droga psiquiátrica não é curativa e sim supressiva. Os medicamentos serenam, mas não curam. São “camisas de forças químicas”. Segundo estudiosos, prendem a constituição subjetiva do indivíduo ou prendem o indivíduo dentro de sua psicopatologia.
As drogas são um centro de poder importantíssimo. As lícitas estão em toda parte gerando lucro, emprego e renda, enquanto que as ilícitas servem para aumentar o gozo, o prazer e também movimentar grande quantidade de capital com fins de controle político legal. Vale ressaltar duas coisas: as lícitas também têm a mesma utilidade das drogas ilícitas e estas, ligadas ao submundo do crime organizado, financiam campanhas milionárias.
Para sermos eficazes no que propomos (uma reflexão séria que envolve análise crítica e desmistificação do fenômeno da toxicomania, sem julgamento moral) devemos primeiro olhar para trás e saber até que ponto evoluímos quanto aos estudos, procedimentos para, aí sim, nos contextualizarmos com a questão.
É fácil imprimir jargões “todos contra as drogas” no meio de uma sociedade repleta de hipocrisia. O mesmo sujeito que condena o compulsivo pelo crack ou cocaína compra diariamente seus cigarros na padaria, ou aquele (a) que julga o “beberrão” como vagabundo e irresponsável é o mesmo (a) que toma altos miligramas de diazepínicos para dormir. Notem que todas as substâncias (crack, cocaína e tabaco / álcool e diazepínico) têm o mesmo princípio ativo. No fundo, passeando pelo jargão popular, é a mesma coisa.
Lógico que há exceções. Algumas pessoas ficam vicias em medicamentos porque outras são dependentes de drogas ilícitas. Acontece na maioria das famílias que tem este tipo de problema, são codependentes. Mas a dor ou o sofrimento não desaparece num engradado de cerveja ou depois de uma pílula para dormir, ao contrário, aumenta junto com os problemas. 
“Verdades” científicas e jurídicas, do ponto de vista moral, à parte, voltamos a nos questionar o motivo pelo qual toda a nossa sociedade vive hoje uma “epidemia” consumista de drogas. É certo dizer que os discursos inflamados com motivações emocionais têm alguma validade ou função salvadora milagrosa? Creio que não!
Roney Moraes


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Homossexualidade Feminina


O que quer a mulher homossexual? Qual é seu desejo? Que posição ela ocupa? Seria essa escolha de objeto associada ao medo de se deparar com a falta? - resolvendo essa questão de maneira a se relacionar sexualmente com um sujeito também faltante? Estaria essa escolha associada a fixação na figura paterna? - já que não pôde ter seu objeto de amor, renega a todos os outros homens? Ou seria uma escolha histérica voltada ao desejo de estar perto de uma mulher para aprender a ser mulher?

A homossexualidade feminina tem uma constituição bastante diferente da masculina. Logicamente ambas têm sua explicação voltada ao complexo de castração e as relações edípicas. Mesmo tendo pontos comuns, as mulheres homossexuais não são iguais. Algumas assumem a posição masculina na relação, outras se mantém bastante femininas, assumindo inclusive a posição de passividade. Não podemos resumir essa análise ao desejo de "ser homem" ou de "ocupar o lugar do homem". Há muitas outras questões envolvidas, inclusive no que se refere a identificação patológica com a figura materna, a dificuldade de saída do complexo de Édipo e também ao enigma angustiante referente ao que é "ser uma mulher". 
Na análise de Lacan sobre o "caso Dora", há um dado inovador de que a paixão da menina estava voltada a Sra K, e não ao Sr K, como havia proposto Freud. Lacan afirma que Dora se fixou na Sra K para tentar apreender o que uma mulher tem - já que a mesma conseguia manter em estado de apaixonamento o pai de Dora e o Sr K. Seria essa a origem da homossexualidade na mulher?

Carolina Pasquote Vieira