CONFERÊNCIA COM O DR. h. c. JORGE OLIVEIRA,
PSICANALISTA. REALIZADA POR
ACADÊMICOS DAS CIÊNCIAS E ARTES,
MEMBROS DA PSICOTHERAPY, EM 18/09/2013.
PSICANALISTA. REALIZADA POR
ACADÊMICOS DAS CIÊNCIAS E ARTES,
MEMBROS DA PSICOTHERAPY, EM 18/09/2013.
ACADÊMICOS, Perg.: O
QUE É UMA PESSOA INVEJOSA?
JORGE, Resp.: É uma pessoa que deseja
algo que pertence aos outros, cobiça, no entanto, para LACAN, a inveja é um
sentimento inerente à condição humana e que, sem ser inata forma-se muito
precocemente, à medida que vai desfazendo-se o paraíso simbólico e vai se
instalando a necessidade de depender de pessoas do ambiente exterior e real. A
partir da diferenciação entre o “EU” e o “OUTRO” leva o reconhecimento da
necessidade do outro, surge a inveja, que só pode existir quando há dois
elementos diferentes.
ACADÊMICOS, Perg.: A PESSOA INVEJOSA SE SENTE SATISFEITA NATURALMENTE?
JORGE, Resp.: Não! Inversamente, a inveja pode
originar uma defesa de regressão, em nível funcional, para que o ego ideal do
sujeito não sinta separação e sua diferença do outro, considerando, portanto, a
pessoa invejosa nunca está satisfeita.
ACADÊMICOS, Perg.: A QUE O ESTADO DE ANGUSTIA
LEVA O “EU”?
JORGE, Resp.: FREUD descreve a angustia,
com a concepção de que, contra eventuais perigos o sujeito cria sinal de
alarme, e faz com que situações banais pareçam altamente ameaçadoras, de forma
muito desproporcional ao risco real, assim o “EU” da pessoa tem a reação de
alarme diante de algum fato banal, no estado de angustia a pessoa apresenta
sinais medo de morrer, enlouquecer, taquicardia, dispneia suspirosa etc.
ACADÊMICOS, Perg.: POR QUEM A PESSOA PODE
TROCAR OS SEUS NÚCLEOS DE APOIO OBJETETAIS?
JORGE, Resp.: Por você mesmo,
considerando que só a própria pessoa tem ampla condição de ajudar a si mesma.
ACADÊMICOS, Perg.: O QUE É UM ESTADO
PASSIONAL?
JORGE, Resp.: É um estado de paixão onde
o ódio pode formar revolta do “EU” contra o outro, como também o “EU” contra os
fatores antropológicos, biológicos e psicológicos, o individuo neste estado não
mede as consequências dos seus atos.
ACADÊMICOS, Perg.: COMO O FATOR ANTROPOLÓGICO ATUA NA FORMAÇÃO DO CONCEITO DE INFERIORIDADE DO “EU”?
JORGE, Resp.: O fator antropológico pode
atuar de forma negativa em relação ao “EU”, considerando que, a critica, a
alegação, a preferência, a rivalidade, o mimo... podem gerar de acordo com a
personalidade da pessoa, complexo de inferioridade, pois o “EU” do individuo se
sente fragilizado, ou debilitado em relação a outra pessoa.
ACADÊMICOS, Perg.: QUAL A DIFERENÇA ENTRE O
ESTADO OBJETIVO E SUBJETIVO?
JORGE, Resp.: O estado objetivo é quando
o “EU”, está LIVRE, e no estado subjetivo o “EU” apresenta-se em estado
confuso, nebuloso.
ACADÊMICOS, Perg.: QUE REFLEXÃO VOCÊ NOS DIRIA PARA A ELEVAÇÃO
DA AUTOESTIMA ?
JORGE, Resp.: Eu
diria que Você se cura quando há um protetor dentro de você. O NAE (Núcleo de
Apoio do Eu), só ele ouve a sua voz, não ouve a voz de ninguém. E que, somos
determinados por forças fora de nosso EU consciente, e por paixões e interesses
que nos dirigem à nossa revelia. Na medida em que isso ocorre, não somos livres.
Mas podemos livrar-nos dessa servidão e ampliar o reino da liberdade,
abandonando as ilusões e nos transformando, de pessoas sonâmbulas,
prisioneiras, dependentes, passivas, em pessoas despertas, consciente, ativas e
independentes. Obrigado!