O centro do pensamento de Freud era que a subjetividade do homem é, de fato, determinada pelos fatores objetivos – Objetivos na medida em que se relacionam à própria consciência do homem – e que agem a revelia dele, por assim dizer, determinando-lhe pensamentos e sentimentos, e assim, indiretamente, seus atos. O homem, tão zeloso de sua liberdade de pensar e escolher, é na realidade, uma marionete movida pelos cordéis, atrás e acima dele, e que por sua vez são dirigidos por fatores desconhecido de sua consciência.
Para dar-se a ilusão de que age segundo sua vontade, o homem inventa racionalizações que lhe dão a impressão de agir como age, por ter escolhido livremente a sua atitude, movido por motivos racionais ou morais. Mas Freud não conclui com uma nota de fatalismo, confirmando a incapacidade do homem em relação às forças que o determinam, e sim, que o homem pode adquirir consciência dessas forças que atuam a sua revelia – e com isso ampliar o âmbito de sua liberdade e transforma-se de um joguete movimentado por forças inconscientes, num homem livre e consciente, determinando seu próprio destino. Freud expressou esse objetivo nas palavras “ONDE HOUVER ID, HAVERÁ EGO”.
Uma questão curiosa que não podemos deixar de lado é que todas essas características que julgamos naturais e inerentes ao ser humano são, na realidade, frutos de sentimentos reprimidos na infância, que concomitantemente reflete na fase adulta, sob a ação dos fatores: Antropológicos (FA), Biológicos (FB) e Psicológicos (FP). A finalidade da ação destes fatores é levar o indivíduo a ter um conceito inferior de si mesmo. Relembro o que diz o mestre Ariosto Mota: “A consciência deve dar ao indivíduo a noção de que ele deve lutar por si mesmo, visto que, ela existe não para tornar negra a sua vida interior, mas para libertá-lo. Se você não for por você quem será?”
(Oliveira, Jorge Luiz Souza de)
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