domingo, 17 de janeiro de 2010

O que é Psicossíntese?

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       A Psicossíntese é um método de desenvolvimento psicológico e auto-realização para aqueles que se recusam a permanecer escravos dos seus próprios fantasmas interiores ou das influencias externas, que não se deixam submeter passivamente à atuação das pressões psicológicas que se carregam dentro de si, e que estão determinados a se tornarem os mestres de sua própria vida.
Roberto Assagioli

       A Psicossíntese aborda, de forma abrangente, a auto-realização e o desenvolvimento do potencial humano. O objetivo prioritário da Psicossíntese é o de auxiliar as pessoas a descobrirem sua verdadeira natureza espiritual, para em seguida empregarem tais descobertas eficientemente em sua rotina diária. A Psicossíntese nos ajuda a perceber nosso potencial criativo, aumenta nossa capacidade de operar harmoniosamente no mundo moderno e aperfeiçoa a qualidade de nossas relações em geral.
       A Psicossíntese é um tipo específico da psicoterapia e, contudo, ainda é mais do que simples psicoterapia. É um conjunto de técnicas e exercícios elaborados que nos auxiliam a deixar o que não desejamos em nossa vida, aproximando-nos do que mais almejamos. Não se baseia unicamente em teorias, mas é um método prático que integra princípios e técnicas de muitos outros sistemas direcionados ao crescimento pessoal. Entretanto, é diferente de algumas outras linhas terapêuticas, pos não apresenta uma idéia instituída de como alguém deve ser – na realidade, com a Psicossíntese ocorre exatamente o contrário. Seus resultados são satisfatórios somente quando nos tornamos mais parecidos com o que desejamos ser.        Não no sentido de compensarmos desejos parciais ou desequilibrados, mas quando nos tornamos mais capacitados a sermos nós mesmos em qualquer situação e ao fazermos o que desejamos quando estamos em sintonia com nosso mais profundo senso de caráter e propósito. Portanto, a Psicossíntese é um tipo de terapia, um método de auto-aprimoramento e, ainda mais do que isso, também é um processo que coopera com o desdobramento evolucionário de toda a natureza. Sua meta é gerar consciência, plenitude e conexão ao processo evolutivo presente em cada um de nós.
       A Psicossíntese não é uma religião, e nem jamais pretende ser. Assim que a Psicossíntese ingressa em sua vida, ela se torna um hábito diário, embora uma de suas maiores qualidades seja a liberdade que ela lhe proporciona de ser e fazer o que quiser. Portanto, é igualmente adequada aos cristãos, budistas, pagãos, muçulmanos, ateus, agnósticos – a qualquer um.
       A Psicossíntese é um modo de compreender a vida, ajuda-nos a nos conhecer melhor e a confiarmos no processo individual de crescimento e evolução. Mas a Psicossíntese não é um tratamento voltado exclusivamente para os processos individuais, pois cada um de nós está integrado a diferentes grupos de pessoas, que incluem a família, os amigos, companheiros de trabalho, etc. Também somos membros de uma sociedade e da grande família humana que povoa o planeta.
       A Psicossíntese leva em consideração o indivíduo e os grupos a que ele pertence. Em parte, devido à sua atitude abrangente e à natureza de sua conexão transpessoal, a Psicossíntese não nos leva a pensar que estejamos em condição de superioridade ou acima das outras pessoas. Podemos respeitar nossos desejos e empregar nossos poderes, mas não à custa dos outros. A Psicossíntese não avalia com rigidez nem rotula as pessoas, e espera-se que nenhum de nós venha a agir dessa forma.
       No mundo moderno, muitas pessoas sofrem de uma ou de ambas as principais crises atuais. Primeiramente, existe a “crise do sentido da vida”. Em especial no Ocidente mas se proliferando por todo o planeta, muitos vivem num vazio existencial, a vida não apresenta um sentido (além do puramente material). A Psicossíntese contribui para a cura dessa enfermidade. A segunda crise é a da dualidade – não nos percebemos como entidades completas e singulares, estamos constantemente divididos entre diversos desejos e vontades. A Psicossíntese atua na cura desta crise ao direcionar todas as nossas partes integrantes à harmonia – na realidade, à síntese.
       A Psicossíntese reconhece o fato de que estamos em constante crescimento. Essa perspectiva auxilia-nos a restituir sentido e valor à vida, e ajuda-nos a determinar o que somos e o que desejamos. Também pode contribuir para a percepção de nossas responsabilidades pessoais e para com o mundo como um todo. Pode acrescentar um sentido de personalidade dinâmico ao momento presente e a sensação de sentido à nossa existência e ao nosso futuro.
       A Psicossíntese pode auxiliá-lo a “conhecer a si mesmo” no sentido mais amplo dessas palavras. Na atual situação do mundo moderno existem muitas discórdias individuais e coletivas. A degradação ecológica do nosso planeta é conseqüência da ganância de algumas pessoas e da ignorância de outras. Parece sempre existir uma espantosa falta de consideração e compreensão e muita desigualdade, especialmente nas relações humanas. Qualquer coisa que promova o conhecimento mais profundo do que apresentamos como indivíduos e como parte integrante da vida coletiva, tem que ser proveitosa.
       Resumindo, a Psicossíntese oferece:

• Um meio que possibilita o crescimento e um maior conhecimento de nossa própria natureza pessoal;
• Maior capacidade de consecução da nossa vontade, desenvolvendo atitudes que favorecem nossa situação, tanto em termos interiores como exteriores;
• Uma conexão com os domínios transpessoais da alma e do espírito;
• Uma relação mais lúcida entre os processos de vida consciente e os domínios inconscientes;
• Maior capacidade criativa;
• Um meio de consolidar as energias criativas e de manifestar nosso verdadeiro propósito de vida;
• O desenvolvimento de nossa vida interior;
• Melhores relações interpessoais.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Entrevista com Sigmund Freud


Concedida ao jornalista George Sylvester Viereck

Alpes Austríacos - 1926

O VALOR DA VIDA

UMA ENTREVISTA RARA DE FREUD

          Entre as preciosidades encontradas na biblioteca da Sociedade Sigmund Freud está essa entrevista. Foi concedido ao jornalista americano George Sylvester Viereck, em 1926. Deve ter sido publicada na imprensa americana da época. Acreditava-se que estivesse perdida, quando o Boletim da Sigmund Freud Haus publicou uma versão condensada, em 1976. Na verdade, o texto integral havia sido publicado no volume Psychoanalysis and the Fut número especial do “Journal of Psychology", de Nova Iorque, em 1957. É esse texto que aqui reproduzimos, provavelmente pela primeira vez em português.

Tradução de Paulo César Souza

          S. Freud: Setenta anos ensinaram-me a aceitar a vida com serena humildade.

(Quem fala é o professor Sigmund Freud, o grande explorador da alma. O cenário da nossa conversa foi uma casa de verão no Semmering, uma Montanha nos Alpes austríacos. Eu havia visto o pai da psicanálise pela última vez em sua casa modesta na capital austríaca.
          Os poucos anos entre minha última visita e a atual multiplicaram as rugas na sua fronte. Intensificaram a sua palidez de sábio. Sua face estava tensa, como se sentisse dor. Sua
mente estava alerta, seu espírito firme, sua cortesia impecável como sempre, mas um ligeiro impedimento da fala me perturbou.Parece que um tumor maligno no maxilar superior necessitou ser operado. Desde então Freud usa uma prótese, para ele uma causa de constante irritação).

          S. Freud: Detesto o meu maxilar mecânico, porque a luta com o aparelho me consome tanta energia preciosa. Mas prefiro ele a maxilar nenhum. Ainda prefiro a existência à extinção. Talvez os deuses sejam gentis conosco, tornando a vida mais desagradável à medida que envelhecemos. Por fim, a morte nos parece menos intolerável do que os fardos que carregamos.
(Freud se recusa a admitir que o destino lhe reserva algo especial.)
Por que (disse calmamente) deveria eu esperar um tratamento especial? A velhice, com sua agruras, chega para todos. Eu não me rebelo contra a ordem universal. Afinal, mais de setenta anos. Tive o bastante para comer.
          Apreciei muitas coisas - a companhia de minha mulher, meus filhos, o pôr-do-sol. Observei as plantas crescerem na primavera. De vez em quando tive uma mão amiga para apertar. Vez ou outra encontrei um ser humano que quase me compreendeu. Que mais posso querer?

          George Sylvester Viereck: O senhor teve a fama. Sua obra influi na literatura de cada país. O homem olha a vida e a si mesmo com outros olhos, por causa do senhor. E recentemente, no seu septuagésimo aniversário, o mundo se uniu para homenageá-lo - com exceção da sua própria Universidade.

          S. Freud: Se a Universidade de Viena me demonstrasse reconhecimento, eu ficaria embaraçado. Não há razão em aceitar a mim e a minha obra porque tenho setenta anos. Eu não atribuo importância insensata aos decimais. A fama chega apenas quando morremos e, francamente, o que vem depois não me interessa. Não aspiro à glória póstuma. Minha modéstia não é virtude.

          George Sylvester Viereck: Não significa nada o fato de que o seu nome vai viver?

          S. Freud: Absolutamente nada, mesmo que ele viva, o que não é certo. Estou bem mais preocupado com o destino de meus filhos. Espero que suas vidas não venham a ser difíceis. Não posso ajudá-los muito. A guerra praticamente liquidou com minhas posses, o que havia poupado durante a vida. Mas posso me dar por satisfeito. O trabalho é minha fortuna.
(Estávamos subindo e descendo uma pequena trilha no jardim da casa. Freud acariciou ternamente um arbusto que florescia).

          S. Freud: Estou muito mais interessado neste botão do que no que possa me acontecer depois que estiver morto.

          George Sylvester Viereck: Então o senhor é, afinal, um profundo pessimista?

          S. Freud: Não, não sou. Não permito que nenhuma reflexão filosófica estrague a minha fruição das coisas simples da vida.

          George Sylvester Viereck: O senhor acredita na persistência da personalidade após a morte, de alguma forma que seja?

          S. Freud: Não penso nisso. Tudo o que vive perece. Por que deveria o homem constituir uma exceção?

          George Sylvester Viereck: Gostaria de retornar em alguma forma, de ser resgatado do pó? O senhor não tem, em outras palavras, desejo de imortalidade?

          S. Freud: Sinceramente não. Se a gente reconhece os motivos egoístas por trás de conduta humana, não tem o mínimo desejo de voltar à vida; movendo se - num círculo, seria ainda a mesma. Além disso, mesmo se o eterno retorno das coisas, para usar a expressão de Nietzsche, nos dotasse novamente do nosso invólucro carnal, para que serviria, sem memória? Não haveria elo entre passado e futuro. Pelo que me toca, estou perfeitamente satisfeito em saber que o eterno aborrecimento de viver finalmente passará. Nossa vida é
necessariamente uma série de compromissos, uma luta interminável entre o ego e seu ambiente. O desejo de prolongar a vida excessivamente me parece absurdo.

          George Sylvester Viereck: Bernard Shaw sustenta que vivemos muito pouco. Ele acha que o homem pode prolongar a vida se assim desejar, levando sua vontade a atuar sobre as forças da evolução. Ele crê que a humanidade pode reaver a longevidade dos patriarcas.

          S. Freud: É possível que a morte em si não seja uma necessidade biológica.
          Talvez morramos porque desejamos morrer. Assim como amor e ódio por uma pessoa habitam em nosso peito ao mesmo tempo, assim também toda a vida conjuga o desejo de manter-se e o desejo da própria destruição. Do mesmo modo como um pequeno elástico esticado tende a assumir a forma original, assim também toda a matéria viva, consciente ou inconscientemente, busca readquirir a completa, a absoluta inércia da existência inorgânica. O impulso de vida e o impulso de morte habitam lado a lado dentro de nós. A Morte é a companheira do Amor. Juntos eles regem o mundo. Isto é o que diz o meu livro: Além do Princípio do Prazer. No começo, a psicanálise supôs que o Amor tinha toda a importância.           Agora sabemos que a Morte é igualmente importante. Biologicamente, todo ser vivo, não importa quão intensamente a vida queime dentro dele, anseia pelo Nirvana, pela cessação da "febre chamada viver", anseia pelo seio de Abraão.
          O desejo pode ser encoberto por digressões. Não obstante, o objetivo derradeiro da vida é a sua própria extinção.

          George Sylvester Vierneck: Isto é a filosofia da autodestruição. Ela justifica o auto-extermínio. Levaria logicamente ao suicídio universal imaginado por Eduard von
Hartamann.

          S. Freud: A humanidade não escolhe o suicídio porque a lei do seu ser desaprova a via direta para o seu fim. A vida tem que completar o seu ciclo de existência. Em todo ser normal, a pulsão de vida é forte o bastante para contrabalançar a pulsão de morte, embora no final resulte mais forte.
          Podemos entreter a fantasia de que a Morte nos vem por nossa própria vontade. Seria mais possível que pudéssemos vencer a Morte, não fosse por seu aliado dentro de nós. Neste sentido (acrescentou Freud com um sorriso) pode ser justificado dizer que toda a morte é suicídio disfarçado. (Estava ficando frio no jardim. Prosseguimos a conversa no gabinete. Vi uma pilha de manuscritos sobre a mesa, com a caligrafia clara de Freud).

          George Sylvester Viereck: Em que o senhor está trabalhando?

          S. Freud: Estou escrevendo uma defesa da análise leiga, da psicanálise praticada por leigos. Os doutores querem tornar a análise ilegal para os não médicos. A História, essa velha plagiadora, repete-se após cada descoberta.
          Os doutores combatem cada nova verdade no começo. Depois procuram monopolizá-la.

          George Sylvester Viereck: O senhor teve muito apoio dos leigos?

          S. Freud: Alguns dos meus melhores discípulos são leigos.

          George Sylvester Viereck: O senhor está praticando muito psicanálise?

          S. Freud: Certamente. Neste momento estou trabalhando num caso muito difícil, tentando desatar os conflitos psíquicos de um interessante novo paciente. Minha filha também é psicanalista, como você vê...
(Nesse ponto apareceu Miss Anna Freud, acompanhada por seu paciente, um garoto de onze anos, de feições inconfundivelmente anglo-saxônicas).

          George Sylvester Viereck: O senhor já analisou a si mesmo?

          S. Freud: Certamente. O psicanalista deve constantemente analisar a si mesmo. Analisando a nós mesmos, ficamos mais capacitados a analisar os outros. O psicanalista é como o bode expiatório dos hebreus. Os outros descarregam seus pecados sobre ele. Ele deve praticar sua arte à perfeição para desvencilhar-se do fardo jogado sobre ele.

          George Sylvester Viereck: Minha impressão é de que a psicanálise desperta em todos que a praticam o espírito da caridade cristã. Nada existe na vida humana que a psicanálise não possa nos fazer compreender. "Tout comprec”est tout pardonner".

          S. Freud: Pelo contrário (bravejou Freud - suas feições assumindo a severidade de um profeta hebreu), compreender tudo não é perdoar tudo. A análise nos ensina não apenas o que podemos suportar, mas também o que podemos evitar. Ela nos diz o que deve ser eliminado.           A tolerância com o mal não é de maneira alguma um corolário do conhecimento.
(Compreendi subitamente porque Freud havia litigado com os seguidores que o haviam abandonado, porque ele não perdoa a sua dissensão do caminho reto da ortodoxia psicanalítica. Seu senso do que é direito é herança dos seus ancestrais. Una herança de que ele se orgulha como se orgulha de sua raça). Minha língua é o alemão. Minha cultura, minha realização é alemã. Eu me considero um intelectual alemão, até perceber o crescimento do preconceito anti-semita na Alemanha e na Áustria. Desde então prefiro me considerar judeu.
(Fiquei algo desapontado com esta observação. Parecia-me que o espírito de Freud deveria habitar nas alturas, além de qualquer preconceito de raças, que ele deveria ser imune a qualquer rancor pessoal. No entanto, precisamente a sua indignação, a sua honesta ira, tornava-o mais atraente como ser humano. Aquiles seria intolerável, não fosse por seu calcanhar!)

          George Sylvester Viereck: Fico contente, Herr Professor, de que também o senhor tenha seus complexos, de que também o senhor demonstre que é um mortal!

          S. Freud: Nossos complexos são a fonte de nossa fraqueza; mas, com freqüência, são também a fonte de nossa força.

          George Sylvester Viereck: Imagino, observei, quais seriam os meus complexos!

          S. Freud: Uma análise séria dura ao menos um ano. Pode durar mesmo dois ou três anos. Você está dedicando muitos anos de sua vida à "caça aos leões".
          Você procurou sempre as pessoas de destaque para a sua geração: Roosevelt, o Imperador, Hindenburg, Briand, Foch, Joffre, Georg Bernard Shaw...

          George Sylvester Viereck: É parte do meu trabalho.

          S. Freud: Mas é também sua preferência. O grande homem é um símbolo. A sua busca é a busca do seu coração. Você está procurando o grande homem para tomar o lugar do seu pai. É parte do seu "complexo do pai".
(Neguei veementemente a afirmação de Freud. No entanto, refletindo sobre isso, parece-me que pode haver uma verdade, ainda não suspeitada por mim, em sua sugestão casual. Pode ser o mesmo impulso que me levou a ele. Gostaria, observei após um momento, de poder ficar aqui o bastante para vislumbrar o meu coração através do seus olhos. Talvez, como a Medusa, eu morresse de pavor ao ver minha própria imagem! Entretanto, receio ser muito informando sobre a psicanálise. Eu freqüentemente anteciparia, ou tentaria antecipar suas intenções).

          S. Freud: A inteligência num paciente não é um empecilho. Pelo contrário, às vezes facilita o trabalho.
(Neste ponto o mestre da psicanálise diverge de muitos dos seus seguidores, que não gostam de excessiva segurança do paciente sob o seu escrutínio).

          George Sylvester Viereck: Ás vezes imagino se não seríamos mais felizes se soubéssemos menos dos processos que dão forma a nossos pensamentos e emoções. A psicanálise rouba a vida do seu último encanto, ao relacionar cada sentimento ao seu original grupo de complexos. Não nos tornamos mais alegres descobrindo que nós todos abrigamos o criminoso e o animal.

          S. Freud: Que objeção pode haver contra os animais? Eu prefiro a companhia dos animais à companhia humana.

          George Sylvester Viereck: Por quê?

          S. Freud: Porque são tão mais simples. Não sofrem de uma personalidade dividida, da desintegração do ego, que resulta da tentativa do homem de adaptar-se a padrões de civilização demasiado elevados para o seu mecanismo intelectual e psíquico. O selvagem, como o animal, é cruel, mas não tem a maldade do homem civilizado. A maldade é a vingança do homem contra a sociedade, pelas restrições que ela impõe. As mais desagradáveis características do homem são geradas por esse ajustamento precário a uma civilização complicada. É o resultado do conflito entre nossos instintos e nossa cultura. Muito mais desagradáveis são as emoções simples e diretas de um cão, ao balançar a cauda, ou ao latir expressando seu desprazer. As emoções do cão (acrescentou Freud pensativamente) lembram-nos os heróis da Antigüidade. Talvez seja essa a razão por que inconscientemente damos aos nossos cães nomes de heróis antigos como Aquiles e Heitor.

          George Sylvester Viereck: Meu cachorro é um doberman Pinscher chamado Ajax.

          S. Freud: (sorrindo) Fico contente de que não possa ler. Ele certamente seria um membro menos querido da casa, se pudesse latir sua opinião sobre os traumas psíquicos e o complexo de Édipo!

          George Sylvester Viereck: Mesmo o senhor, Professor, sonha a existência complexa demais. No entanto, parece-me que o senhor seja em parte responsável pelas complexidades da civilização moderna. Antes que o senhor inventasse a psicanálise, não sabíamos que nossa personalidade é dominada por uma hoste beligerante de complexos muito questionáveis. A psicanálise torna a vida um quebra-cabeças complicado.

          S. Freud: De maneira alguma. A psicanálise torna a vida mais simples. Adquirimos uma nova síntese depois da análise. A psicanálise reordena um emaranhado de impulsos dispersos, procura enrolá-los em torno do seu carretel. Ou, modificando a metáfora, ela fornece o fio que conduz a pessoa fora do labirinto do seu inconsciente.

          George Sylvester Viereck: Ao menos na superfície, porém, a vida humana nunca foi mais complexa. E a cada dia alguma nova idéia proposta pelo senhor ou por seus discípulos torna o problema da condução humana mais intrigante e mais contraditório.

          S. Freud: A psicanálise, pelo menos, jamais fecha a porta a uma nova verdade.

          George Sylvester Viereck: Alguns dos seus discípulos, mais ortodoxos do que o senhor, apegando-se a cada pronunciamento que sai da sua boca.

          S. Freud: A vida muda. A psicanálise também muda. Estamos apenas no começo de uma nova ciência.

          George Sylvester Viereck: A estrutura científica que o senhor ergueu me parece ser muito elaborada. Seus fundamentos - a teoria do "deslocamento", da "sexualidade infantil", do "simbolismo dos sonhos", etc. – parecem permanentes.

          S. Freud: Eu repito, porém, que nós estamos apenas no início. Eu sou apenas um iniciador. Consegui desencavar monumentos soterrados nos substratos da mente. Mas ali onde eu descobri alguns templos, outros poderão descobrir continentes.

          George Sylvester Viereck: O senhor ainda coloca a ênfase sobretudo no sexo?

          S. Freud: Respondo com as palavras do seu próprio poeta, Walt Whitman: "Mas tudo faltaria, se faltasse o sexo" ("Yet all were lacking, if sex were lacking"). Entretanto, já lhe expliquei que agora coloco ênfase quase igual naquilo que está "além" do prazer - a morte, a negociação da vida. Este desejo explica por que alguns homens amam a dor - como um passo para o aniquilamento! Explica por que os poetas agradecem a Whatever gods there be, That no life lives forever And even the weariest river Winds somewhere safe to sea.

("Quaisquer deuses que existam/ Que a vida nenhuma viva para sempre/ Que os mortos jamais se levantem** / E também o rio mais cansado/ Deságüe tranqüilo no mar".)

          George Sylvester Viereck: Shaw, como o senhor, não deseja viver para sempre, mas à diferença do senhor, ele considera o sexo desinteressante.

          S. Freud: (sorrindo) Shaw não compreende o sexo. Ele não tem a mais remota concepção do amor. Não há um verdadeiro caso amoroso em nenhuma de suas peças. Ele faz brincadeira do amor de Júlio César - talvez a maior paixão da História. Deliberadamente, talvez maliciosamente, ele despe Cleópatra de toda grandeza, reduzindo-a uma insignificante garota. A razão para a estranha atitude de Shaw diante do amor, para a sua negação do móvel de todas as coisas humanas, que tira de suas peças o apelo universal, apesar do seu enorme alcance intelectual, é inerente à sua psicologia. Em um de seus prefácios, ele mesmo enfatiza o traço ascético do seu temperamento. Eu posso ter errado em muitas coisas, mas estou certo de que não errei ao enfatizar a importância do instinto sexual. Por ser tão forte, ele se choca sempre com as convenções e salvaguardas da civilização. A humanidade, em uma espécie de autodefesa, procura negar sua importância. Se você arranhar um russo, diz o provérbio, aparece o tártaro sob a pele. Analise qualquer emoção humana, não importa quão distante esteja da esfera da sexualidade, e você certamente encontrará esse impulso primordial, ao qual a própria vida deve a perpetuação.

          George Sylvester Viereck: O senhor, sem dúvida, foi bem sucedido em transmitir esse ponto de vista aos escritores modernos. A psicanálise deu novas intensidades à literatura.

          S. Freud: Também recebeu muito da literatura e da filosofia. Nietzsche foi um dos primeiros psicanalistas. É surpreendente até que ponto a sua intuição prenuncia as novas descobertas. Ninguém se apercebeu mais profundamente dos motivos duais da conduta humana, e da insistência do princípio do prazer em predominar indefinidamente. O Zaratustra diz: "A dor grita: Vai! Mas o prazer quer eternidade Pura, profundamente eternidade". A psicanálise pode ser menos amplamente discutida na Áustria e na Alemanha do que nos Estados Unidos, a sua influência na literatura é imensa, porém. Thomas Mann e Hugo von Hofmannsthak muito devem a nós. Schnitzler percorre uma via que é, em larga medida, paralela ao meu próprio desenvolvimento. Ele expressa poeticamente o que eu tento comunicar cientificamente. Mas o Dr. Schnitzler não é apenas um poeta, é também um cientista.

          George Sylvester Viereck: O senhor não é apenas um cientista, mas também um poeta. A literatura americana está impregnada da psicanálise. Hupert Hughes Harvrey O”Higgins e outros fazem-se de seus intérpretes. É quase impossível abrir um novo romance sem encontrar referência à psicanálise. Entre os dramaturgos, Eugene O”Neill e Sydney Howard têm profunda dívida para com o senhor. A The Silver Cord, por exemplo, é simplesmente uma dramatização do complexo de Édipo.

          S. Freud: Eu sei e apresento o cumprimento que há nessa constatação. Mas tenho receio da minha popularidade nos Estados Unidos. O interesse americano pela psicanálise não se aprofunda. A popularização leva à aceitação superficial sem estudo sério. As pessoas apenas repetem as frases queaprendem no teatro ou na imprensa. Pensam compreender algo da psicanálise porque brincam com seu jargão! Eu prefiro a ocupação intensa com a psicanálise, tal como ocorre nos centros europeus. A América foi o primeiro país a reconhecer-me oficialmente. A Clark University concedeu-me um diploma honorário quando eu ainda era ignorado na Europa. Entretanto, a América fez poucas contribuições originais à psicanálise. Os americanos são julgadores inteligentes, raramente pensadores criativos. Os médicos nos Estados Unidos, e ocasionalmente também na Europa, procuram monopolizar para si a psicanálise. Mas seria um perigo para a psicanálise deixá-la exclusivamente nas mãos dos médicos, pois uma formação estritamente médica é, com freqüência, um empecilho para o psicanalista. É sempre um empecilho, quando certas concepções científicas tradicionais ficam arraigadas no cérebro estudioso.
(Freud tem que dizer a verdade a qualquer preço! Ele não pode obrigar a si mesmo a agradar a América, onde está a maioria de seus admiradores. Apesar da sua intransigente integridade, Freud é a urbanidade em pessoa. Ele ouve pacientemente cada intervenção, não procurando jamais intimidar o entrevistador. Raro é o visitante que deixa sua presença sem algum presente, algum sinal de hospitalidade! Havia escurecido. Era tempo de eu tomar o trem de volta à cidade que uma vez abrigara o esplendor imperial dos Habsburgos.
          Acompanhado da esposa e da filha, Freud desceu os degraus que levavam do seu refúgio na montanha à rua, para me ver partir. Ele me pareceu cansado e triste, ao dar o seu adeus).

          S. Freud: Não me faça parecer um pessimista (disse ele após o aperto de mão). Eu não tenho desprezo pelo mundo. Expressar desdém pelo mundo é apenas outra forma de cortejá-lo, de ganhar audiência e aplauso. Não, eu não sou um pessimista, não, enquanto tiver meus filhos, minha mulher e minhas flores! Não sou infeliz - ao menos não mais infeliz que os outros.
(O apito de meu trem soou na noite. O automóvel me conduzia rapidamente para a estação. Aos poucos o vulto ligeiramente curvado e a cabeça grisalha de Sigmund Freud desapareceram na distância).





Dicas Para passar em Provas e Concursos

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1. ATENÇÃO: SE VOCÊ NÃO SEGUIR ESSAS DICAS... ALGUÉM SEGUIRÁ!

2. A HORA É AGORA!
Não se deixe enganar. A vida passa rapidamente. Não podemos ficar perdendo tempo para realizar nossos sonhos. Se você pensa que concurso é como carnaval, que acontece todo ano, você acabará passando muitos carnavais e aniversários vendo seus amigos comemorarem o sucesso na faculdade, enquanto você fica de fora vendo o bonde passar. Não deixe para amanhã quando você pode passar hoje!

3. PASSAR NO CONCURSO É UM OBJETIVO DE VIDA
Se quiser passar no vestibular, você deve transformá-lo no seu maior objetivo no momento. Abra mão de uma série de atividades como visitas a parentes e amigos. A preparação exige certa dose de egoísmo. Ninguém fará a prova por você. Você estará lá sozinho. Quando alcançar o sucesso, todos elogiarão sua dedicação e força de vontade. Então, mãos à obra: O importante agora é estudar!

4. CONSIGA O APOIO DE SUA FAMÍLIA
O seu estudo depende da compreensão e apoio daqueles que o rodeiam. Quando você passar, todos que vivem com você terão a satisfação de ter um aprovado dentro do lar. Convença-os disso e de que precisa conseguir o máximo de tempo para estudar. A aprovação deve ser uma meta e uma conquista da família. O carinho dos pais e do (a) namorado (a) conforta e diminui o estresse.

5. NÃO DÊ ATENÇÃO A BOATOS
Quase todo concurso gera a proliferação de histórias fantásticas: há pessoas que compraram as vagas, o gabarito vazou... Não perca tempo com esses boatos, preocupe-se somente com o concurso. Não dê ouvido a comentários que possam desmotivá-lo. O importante é continuar estudando. Faça a sua parte!

6. SACRIFIQUE ALGUMAS ATIVIDADES
Se você nada, faz inglês, dá aula de catecismo e trabalha voluntariamente em um hospital, você não terá tempo para estudar. Abandone tudo o que puder. Deixe todas essas atividades - e muitas outras para depois da prova. Mas, até lá, só deve haver uma meta: o concurso! Não considere o concurso como mais uma atividade, ele deve ser a atividade!

7. FIQUE POR DENTRO
No concurso costumam aparecer questões sobre atualidades, inclusive como tema de redação. Preste atenção nos fatos econômicos, acontecimentos políticos e sociais mais recentes, tais como conflitos raciais, religiosos e culturais. Para se manter bem informado, leia boas revistas e um bom jornal em sua cidade. Atualmente o poder está nas mãos daqueles que detêm a informação. No concurso não é diferente. Fique ligado!

8. SEJA CHATO
Época de preparação para o concurso é um período de total dedicação. Então: só fale no concurso; só pense no concurso; sonhe com o concurso; alimente-se do concurso; viva para o concurso; Depois, quando você passar, todos dirão que fez a coisa certa e será considerado um cara superinteligente e superlegal.

9. SAIBA INVESTIR
Não pense em comprar milhares de livros, apostilas e toda a parafernália à disposição no mercado de concursos. Não compre por ser barato; compre por ter um bom texto explicativo, por ser atualizado e por conter questões de concursos. Compare as opções e escolha pelo critério qualidade. Peça opinião ao seu professor quanto ao material que deseja adquirir. Material não é custo, é investimento!

10. ESTUDAR É UMA ATIVIDADE PENOSA
Estudar requer dedicação, paciência e zelo. Isso significa freqüentar cursinhos, perder festas, ficar trancado em um quarto por horas a fio, enquanto o Sol brilha lá fora e seus amigos o chamam para sair. Todavia, há uma recompensa, que será comemorada com uma festa maior que todas que você perdeu. Esse é o sacrifício para a conquista do seu futuro!

11. NÃO DESPERDICE O SEU TEMPO
Todo minuto é precioso numa preparação para o concurso. Abra mão das atividades que o afastarem excessivamente do estudo. Relaxar é preciso, mas da forma adequada. Ir a festas e chegar de madrugada pode fazê-lo perder boa parte do dia seguinte. Prefira atividades leves, que distraiam a sua mente sem estressá-lo ou sujeitá-lo a esforços físicos exagerados. Não perca tempo! Aperfeiçoe seu dia!

12. NÃO MENOSPREZE OS OUTROS CANDIDATOS
Às vezes, os candidatos ao nosso redor não estão se dedicando e achamos que o concurso será fácil. Não se iluda! Pelo Brasil afora são milhares de candidatos e muitos seguem dicas de como as que você está lendo. Então, cuidado, não pense que é o único que está verdadeiramente querendo passar em concurso. Estude pois: Há muitos que também estão empenhados!

13. TENHA PACIÊNCIA
As coisas quase nunca acontecem na velocidade de desejamos. Assim, para manter seu ânimo, enfrente com paciência as adversidades que forem surgindo, tais como demora na entrega de livros que pedimos pelo correio, uma "perda de tempo" muito grande para absorvermos determinados assuntos, o ritmo de certas matérias do cursinho... Encare com naturalidade essas coisas e procure administrá-las da melhor maneira possível.

14. DIGA NÃO ÀS DROGAS
Não use artifícios químicos para se manter acordado estudando ou se acalmar na hora da prova. Esses elementos podem diminuir sua capacidade de concentração, bem como sua capacidade de aprendizado. Assim, se tiver sono, tome um banho ou faça alguns exercícios de alongamento. Não brinque com sua saúde nessa fase de preparação. No dia de prova você precisa estar 100%! Portanto, pense bem antes de ingerir doses cavalares de café, guaraná ou calmantes.

15. FUJA DA TELEVISÃO
Cuidado: a telinha tão amiga pode tomar tempo demais. Você sabe que é impossível assistir, caiu na armadilha: "só mais esse programa". Não se deixe levar. Você precisa de tempo e de estar descansado. Se você for viciado em futebol ou novela, discipline-se, só assista ao compacto do jogo ou peça que contem o capítulo da véspera. TV - quanto menos, melhor!

16. MAS NÃO FUJA TANTO
Já vimos que nesse período de preparação para concurso, todo tempo deve ser aproveitado. Portanto, se você insiste em ver televisão, aproveite para acordar mais cedo (cinco ou seis da manhã, que tal?) e assista às aulas do telecurso. Outra boa idéia é alugar fitas de vídeo didáticas. Essas são algumas maneiras de relaxar aprendendo.

17. ENCONTRE GUIAS DE ESTUDO
Muitas vezes, em meio ao milhão de matérias que precisamos estudar, ficamos baratinados, sem saber por onde começar. Um cursinho pode ser uma boa saída, pois dita um ritmo e direciona o estudo. Mesmo que não cubra todos os detalhes, mostra o que deve ser estudado e aprimorado em casa. Em um cursinho, você conhecerá pessoas que poderão indicar livros e lhe fornecer provas já realizadas e novos exercícios.

18. PROGRAME O SEU DIA-A-DIA EM FUNÇÃO DO CONCURSO
Não perca aulas do cursinho ou colégio devido a outras obrigações. O tempo planejado de estudo e as aulas são o que há de mais importante no momento. Comprometa horários do seu dia para estudar. Não abra exceções. Fuja daquelas idéias: "só hoje..."; "isso só acontece uma vez por ano...". Esse esforço é o preço do sucesso. O seu dia e sua rotina devem ser planejados para que você obtenha o máximo de tempo possível para estudar. A conquista do seu futuro!

19. NÃO SE APRESSE
Estudar sempre que pode não significa ler mil páginas por semana. Seja incansável, mas não apressado. Leia com calma, entenda os conceitos, resolva muitas questões sobre cada tema. Preocupe-se em assimilar as informações, não apenas em obtê-las. Assim, seu objetivo deve ser aprender e não acabar o livro. Leia com atenção linha a linha e faça resumos: Apreenda o que você estudou!

20. SEJA UM POUCO ANTI-SOCIAL
Aprenda a recusar convites. Não se sinta obrigado a almoçar com colegas ou coisas do gênero. Não importa que o chamem de estranho. Quando passar no concurso, virará excêntrico. Não importa que o chamem de neurótico: é melhor ser um neurótico aprovado do que um suposto normal freqüentando o cursinho de novo...

21. SEJA EGOÍSTA (OU QUASE...)
Deixe por uns tempos de visitar parentes distantes, perca festas familiares e reuniões do gênero. Concurso não rima com badalação. Nessa etapa da vida, você não pode se dar o luxo de se preocupar demais com o sentimento alheio. Preocupe-se com o estudo! Se os amigos insistirem, prometa-lhes um churrasco de comemoração quando sair à lista de aprovados com o seu nome. Se forem de fato amigos seus, eles o entenderão.

22. ESTUDAR SOZINHO?
Professores e colegas podem ajudá-lo, mas você precisa de um tempo para estudar sozinho. Há detalhes da matéria que necessitam de amadurecimento e só são de fato apreendidos através de uma análise individual. Por outro lado, pode ser interessante manter um pequeno grupo (até três pessoas) para resolver e discutir exercícios. Um grupo empenhado funciona como um elemento motivador, que auxilia a manutenção do ritmo e do interesse.

23. SEJA CONFIANTE
Da mesma maneira que não podemos desprezar nossos concorrentes, não devemos nos achar incapaz. Não tenha pena de você. Mergulhe de cabeça no concurso, valorize sua capacidade e acredite no seu potencial. Se não acreditar em você, ficará mais complicado envolver sua família e seus amigos no processo de preparação. Sendo confiante, conseguirá preservar e ganhará paciência para enfrentar as dificuldades que surgirem.

24. DIGA-ME COM QUEM ANDAS
Procure, nesta etapa de preparação, ter amigos com o mesmo objetivo. Vocês servirão de apoio uns para os outros e poderão se reunir para discutir exercícios. Dividirão os problemas, compartilhando o que há em bom e ruim nesta fase da vida de vocês. Forme um círculo de amizades que o ajude a estudar e o afaste de distrações inúteis.

25. DESCUBRA SEU CAMINHO
Cada pessoa tem características diferentes, que determinam quais os melhores meios de se colher e assimilar informações. Se perceber que suas táticas de estudo estão falhando, tente outros métodos. Há pessoas que aprendem mais ouvindo, outras fazendo resumo, outras através de associações e algumas comparando situações opostas. Não existe um meio perfeito para todos. Encontre seu método e seu horário para aperfeiçoar o aprendizado.

26. JUNTE-SE AOS MELHORES
Não se compare com aqueles que não têm chance. Não adianta estar entre os 30% melhores. Você deve fazer parte do grupo de elite. Se fizer simulados, compare-se com os primeiros lugares. Converse com os melhores alunos do seu cursinho: veja como eles estudam, o material que usam. Entre para o grupo deles. Quando atingir esse nível, você também será procurado por todos da turma. Isso é sinal de que tem grande chance!

27. TENHA DISCIPLINA
Procure fazer um planejamento, de modo a obter um ritmo de estudo progressivo. Organize seu material, prepare-se para uma rotina bem marcada. Terá que estudar todos os dias por longo período. Se um certo cansaço bater, resista. Não exagere em festas ou reuniões. Poupe energia para seu estudo. Valorize o seu dia. Seja moderado, procure maneiras rápidas de descansar a mente. E, acima de tudo: Mantenha o ritmo!

28. ESTABELEÇA UM MERCADO DE INFORMAÇÕES
Não seja o bonzinho da turma. Não seja aquele que traz as novas, os exercícios e os bons livros. Compartilhe as informações com aqueles que compartilham com você. Deve haver uma relação de troca. Não procure da mesma forma, só sugar. Isso o afasta das pessoas que possuem os mesmos objetivos que você e que, certamente, poderiam ajudá-lo.

29. GANHE O SEU DIA, NÃO PERCA A SUA NOITE.
Para ser aprovado no concurso, não é necessário passar a noite em claro, debruçado sobre os livros, acumulando mau humor e olheiras. Por que não estudar de dia, reservando a noite para dormir e, quem sabe, sonhar com a aprovação? Descansado você certamente aumentará a capacidade de aprender. No entanto, há pessoas que estudam melhor à noite. Se você for uma dessas pessoas, avalie melhor sua rotina para poder desfrutar de longas madrugadas junto aos livros.

30. NÃO DESPREZE DISCIPLINA ALGUMA
A sua aprovação depende do sucesso em todas as disciplinas.
Não pense que uma disciplina de pouco peso não deva ser estudada. Todo ponto é um passo rumo à sua conquista. Notas altíssimas em poucas disciplinas não irão suprir pontos que perderá em uma disciplina que desconheça. Por não estudar determinada matéria, você perderá muitos pontos fáceis e poderá perder sua vaga!

31. TODO LUGAR É LUGAR
Não perca oportunidade de estudar. Em filas de banco, no ônibus, nos intervalos do trabalho, no banheiro: toda hora é uma boa hora. Sempre tenha à mão algum material. Deixe uma apostila no porta-luvas, carregue uma pasta com alguns exercícios, mantenha um livro na gaveta do escritório. Você nunca sabe quando aparecerá um tempinho: aproveite-o! Em um mês, 15 minutos por dia representam mais de 7,5 horas!

32. FAÇA EXERCÍCIOS
Faça exercícios, faça muitos exercícios. Faça tantos quanto puder. As provas seguem padrões de questões e exigem rapidez. Por isso, esteja sempre procurando por novos exercícios, especialmente os que já caíram em concursos anteriores. À medida que for fazendo os exercícios, aprenderá a linha de raciocínio da instituição que prepara as provas e isso o ajudará a selecionar a melhor entre algumas alternativas aparentemente corretas.

33. SEJA SELETIVO
Descubra quais são as matérias em que você pode evoluir mais e fazer mais pontos. Estudar o que se sabe menos é desgastante, porém pode ser bem mais lucrativo do que refinar conhecimentos nos campos em que já se possui certa qualificação e se tem muitos pontos garantidos. Vá em frente e não deixe que as matérias que você desconhece o assustem.

34. SEJA UM DECORADOR
Transforme as paredes e portas de seu quarto em um imenso painel, colocando trechos e fórmulas das disciplinas para memorizar. O contato diário com essa nova decoração irá ajudá-lo a fixar a matéria e espantar o fantasma do "não consigo decorar". Use durex, cola, o que for preciso.

35. ENCONTRE SUA MANEIRA DE RELAXAR
Cada um possui uma maneira própria de relaxar. Evitar exercícios físicos pesados ou atividades que possam deixá-lo exausto. Dê preferência a atividades leves, como caminhadas, que ajudam a oxigenar melhor o cérebro. Chegando em casa, tome um bom banho, vista uma roupa leve, procure seu ninho e...
Bom estudo!

36. NUNCA É SUFICIENTE
Nunca pense que já estudou o bastante. Assim, estude mais e mais. Se o seu concorrente disser que só estuda duas horas por dia fique feliz: ele não é seu concorrente! Pode ter certeza que aqueles que estão se preparando seriamente estudam de quatro a oito horas por dia. Interesse-se pelos assuntos, queira saber sempre mais. Você só descobrirá se sua preparação foi suficiente no dia da prova. Seja incansável na busca pelos meios de se superar.

37. MANTENHA O SONHO VIVO
Se você está prestando concurso, deve haver uma boa razão para isso. Apóie-se nesse motivo para encontrar forças e superar suas dificuldades. Se estiver cansado, abatido ou desanimado por um problema qualquer, pense no que aspira, no que deseja, no que o faz estudar... Deixe-se envolver por essa imagem de um futuro promissor, se entusiasme com seu próprio sonho. À medida que ele for se apoderando de você, mais energia você terá para estudar.

38. DIMINUA O RITMO NA VÉSPERA
Faltando um ou dois dias para o dia D, você não conseguirá aprender tudo que ainda não viu. Chegou à hora de começar a relaxar e de arejar a mente. Repasse os tópicos sem pressa e superficialmente. Evite atividades que exijam muita concentração e uma atenção redobrada. Essa capacidade é extremamente importante para uma boa prova.

39. TEXTOS: LEIA PRIMEIRO AS QUESTÕES
Normalmente, um texto se refere às várias questões. Antes de ler os longos textos que se apresentam, descubra os pontos que merecem especial atenção na leitura. Muitas questões sequer exigem a leitura integral do texto ou do entendimento de todas as passagens. Seja objetivo: A sua meta é acertas as questões.

40. LEIA ATENTAMENTE AS QUESTÕES
Muitas vezes a resposta está no próprio enunciado ou em questões seguintes. Por isso, é necessária a máxima atenção. A perfeita interpretação da questão é fundamental para sua resolução. Quando for passando pelas questões, não tente lê-las rapidamente para ganhar tempo. Leia-as com calma e atenção. Assim, aumentará muito as chances de acerto.

41. NÃO SE APAVORE
No começo do ano, não se angustie com a quantidade de matéria que terá que estudar. Sendo calmo, poderá fazer um bom planejamento. Quando estiverem faltando um ou dois meses, não entre em pânico. Isso não ajudará em nada. Concentre-se para conseguir ler com atenção as suas apostilas e livros. É hora para seriedade e otimismo - afinal, o vestibular está chegando e fica cada vez mais concreta a perspectiva de você ser aprovado e conquistar sua vaga no futuro.

42. NÃO ESTACIONE EM QUESTÕES
Cuidado: se você não souber uma questão, deixe-a para depois. Não fique gastando minutos preciosos para ganhar apenas um ponto (isso se não acabar errando de qualquer maneira). Seu subconsciente continuará processando a questão enquanto você enfrenta as outras. À medida que a priva for se desenvolvendo, as pendências poderão se resolver. Deixe as questões difíceis para o final; garanta pontos importantes com as fáceis.

43. NÃO BRIGUE COM AS QUESTÕES
Uma prova tem questões mais fáceis e mais difíceis. Várias são ridículas. Não perca tempo com elas. Há pegadinhas, mas não deixe neurotizar por isso nem pense que a prova inteira é composta de pegadinhas. As provas seguem ideologias e obedecem a padrões de respostas. Não discuta se isso é certo ou errado. Diga "amém" e marque a resposta que julga conveniente correta.Não reclame dos elaboradores da prova. Adapte-se!

44. CONHEÇA O LOCAL ANTES DA PROVA
Visite o local da prova alguns dias antes. Se a prova for a uma cidade diferente da sua, vá com certa antecedência, encontre lugares confiáveis para comer e um bom alojamento. No local da prova, procure observar se há fontes de barulho, problemas com iluminação e o tipo das carteiras. Envolva-se com o ambiente; isso lhe dará uma sensação se segurança e conforto.

45. NÃO CHEGUE EM CIMA DA HORA
Alguns candidatos não gostam de chegar com muita antecedência. Tenha em mente, no entanto, que o horário de fechamento dos portões é rigoroso. Procure estar no local com certa folga e leve algo para companhia e da conversa dos "experientes", que ficam fazendo terrorismo antes da prova na sala. Se eles fossem tão bons quanto dizem, já teriam passado em muitos concursos e não estariam ali.

46. ESTABELEÇA-SE COM CONFORTO NO LOCAL EM QUE FARÁ A PROVA
Muitas vezes não fazemos à prova em nossa cidade. Assim, planeje com antecedência sua ida. Reserve passagem e hotel. Se possível, chegue alguns dias antes na cidade e descubra locais para almoçar e jantar. Ao chegar à cidade, ajuste o relógio para o fuso horário local. Converse com um taxista, enfim, procure fazer de tudo para ter certeza de que estará no local da prova sem problema algum e sem estar sujeito a surpresas de última hora.

47. O FISCAL NÃO É INIMIGO (NEM AMIGO)
Chegando à sala da prova, cumprimente o fiscal, sem se mostrar extrovertido demais. Seja educado e, em hipótese alguma, discuta com ele. Isso lhe trará prejuízo. Ele pode acabar dificultando pequenas coisas. Não tente ficar amigo, senão ele pode querer, inconscientemente até, observá-lo, a fim de descobrir se você está indo bem ou não. Essa proximidade pode tirar sua concentração.

48. NÃO TENHA MEDO DE SER EXAGERADO
Para o dia da prova, compre todo o material que achar necessário. Leve quantas canetas, lápis e grafite achar conveniente. Material pode sobrar, jamais faltar! Se for errar quanto ao dimensionamento da quantidade de material, água, etc., erre pra mais. Leve algodão ou mesmo protetores auriculares. Nunca sabemos quando o barulho pode começar...

49. NÃO CORRA O RISCO DE SE ATRASAR NA MATÉRIA
Às vezes, quando nos defrontamos com tópicos complicados, ficamos inventando desculpas para interromper nosso estudo. Assim, começamos a estudar e, em dois minutos, resolvemos tomar um copo d'água; voltamos e, logo em seguida, lembramos que tínhamos de ligar para algum amigo... Não faço isso. Não fique perdendo seu tempo. Enfrente os tópicos que lhe causam problemas!

50. CURTA A PROVA
Não se apresse não queira se livrar da prova. Passe e repasse as questões. Há tempo suficiente por isso não se apresse e não se precipite. Por outro lado, equilibre o tempo de resolução. Resolva todas as questões óbvias e fáceis. Deixe as difíceis para depois. Controle o tempo para poder tirar o máximo proveito de seu breve relacionamento com a prova.

51. A PROVA É DIFÍCIL PARA TODOS
Se começar a resolver a prova e achá-la mais difícil do que esperava, não entre em pânico. Ela estará difícil para todos. Normalmente aqueles que acham à prova muito fácil é porque nem conseguiram perceber do que, verdadeiramente, tratavam as questões. Então não esqueça: A prova é igual para todos.

52. NÃO SE DEPRIMA...
Uma vez que a prova terminou, esqueça-se dela. Evite pensar e, especialmente, conversar sobre o tema. Não terá nada a ganhar com isso. Pense no que virá. Não se torture com o que passou. Não dê atenção àqueles que dizem que a prova estava fácil. Normalmente, quem fala demais sabe de menos. Não deixe se impressionar ou deprimir por esses comentários de concorrentes que só querem fazer terrorismo e tirar um pouco de sua calma.

BOA SORTE.