quarta-feira, 16 de junho de 2010

A mente e o corpo

         
          A Psique está ligada ao soma, isto é ao corpo. A mente e o corpo formam uma unidade, constituindo partes integrantes do ser humano, podendo a psique ser a origem principal de certas disfunções, assim como estas podem motivar perturbações psíquicas, portanto não existe isoladamente corpo ou mente, pois esta é uma função do cérebro que é por sua vez uma parte do soma.
          Hipócrates já postulava, há 5000 anos a.C, que para que as curas obtivessem sucesso, necessário seria que os médicos tivessem “um conhecimento da totalidade das coisas”. Sócrates retornou da sua temporada no Exército advertindo aos seus compatriotas gregos que, em certo sentido, os bárbaros estavam na dianteira: ele sabia que o corpo não podia ser curado sem levar em conta a mente.
          Martinho Lutero, no início do séc. XVI, declarava: “Pensamentos soturnos (sombrios) acarretam males físicos; quando a alma está oprimida, o mesmo acontece com o corpo”. Ele tinha uma preocupação doentia com sua saúde. Por toda a sua idade adulta sofreu de constipação.
          Já dizia Platão: “a cura de inúmeras doenças é desconhecida dos médicos pois eles ignoram o conjunto, e isto porque uma parte jamais poderá estar bem, a menos que o todo esteja bem.”
          A fim de aliviar a tensão que lhe é imposta pelos conflitos reprimidos, o inconsciente pode expressar-se por meio da linguagem fisiológica. (funções orgânicas); Trata-se de não só um simbolismo como também de um esforço no sentido de solucionar um problema ou satisfazer uma necessidade. Infelizmente, não sendo este um processo racional, o problema da pessoa permanece insolúvel e a sua necessidade não é satisfeita – as alterações físicas a tornam doente (Howard R-Martha E. Lewis). A simbologia correlacionada aos sintomas é sujeita a uma grande variação. Uma de suas formas é o que se chama de “parte para um todo” em que cada órgão individual é capaz de simbolizar todo o conflito. O estômago, por exemplo, pode ser um sítio dos problemas num paciente com desejos de independência frustrados, devido a sua associação aos processos de alimentação e carinhos maternos. Ao mesmo tempo, o sintoma pode constituir expressão concreta de uma idéia inaceitável.
          Um homem poderá vomitar porque sua mulher lhe causa asco; Uma jovem pode imaginar inconscientemente que os bebês se desenvolvem no estômago, o que levará a sofrer de dores aí durante a gravidez.
          O simbolismo é portanto, considerado o principal responsável pela escolha de sintomas. Em nosso inconsciente são alteradas todas as regras da lógica, intelecto e razão da mente consciente. Uma pessoa, coisa ou situação podem ter sido representadas por um símbolo, por alguém ou algo similar, ou mesmo por algo que lhe seja imposto. Esta é a linguagem do inconsciente.
          Uma pessoa assustada, o seu coração bate mais depressa, os vasos sanguíneos de sua pele se contraem, os músculos se contraem e assim por diante. E, no entanto, uma doença psicossomática caracteriza-se , sobretudo, pela exacerbação de uma ou duas de tais reações, havendo um relativo desprezo das demais. Acredita-se que ocorra uma exacerbação de uma ou mais partes de uma reação total, com a relativa exclusão das demais, devido a razões simbólicas e também fruto do acaso. Na verdade concluímos que a Psicanálise deve agir de forma Investigativa, só assim poderemos chegar a conclusões precisas sobre se é ou não uma doença psicossomática..
           Observação importante: Hipocondria – só existem sintomas; Psicossomática - existem os males orgânicos (no soma), influenciados diretamente pela mente.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Gravidez Psicológica

Gravidez psicológica é o que chamamos de barriga de mentira.

O que é? e por que isso acontece?
          Em linhas gerais, a gravidez psicológica é uma fantasia delirante. A mulher acredita que está grávida e a ‘prova de realidade' (a confirmação médica de que não existe bebê algum) não tem nenhum valor para ela. Enfatizo que esta gravidez não é uma mentira para a mulher, ou seja, ela pensa de verdade que está esperando um bebê e o seu corpo confirma.
          São muitos os motivos - Dificilmente a gravidez psicológica acontece por uma única razão. Cada pessoa reage aos problemas de uma maneira particular e qualquer transtorno psicológico tem diversas causas.

Exemplos:
• Baixa auto-estima,
• Sentimentos de rivalidade intensa,
• Insegurança,
• Ciúme em excesso,
• Baixa capacidade de lidar com as frustrações, além de um forte desejo de ter um filho são algumas delas.
• Pressão pelo marido e pela família a ter um filho – Isto pode acabar gerando um bebê de mentira.
• Também há situações em que a mulher quer garantir a estabilidade do relacionamento e pensa que um filho é a solução, como no caso da Simone.

Qual é a resposta do corpo?
          Por mais incrível que pareça, a mulher que vive uma gravidez imaginária pode sentir na pele o mesmo que sentem as futuras mães de verdade – Nossa mente é muito forte! A gravidez psicológica tem origem mental, mas o corpo responde.

Quais os sinais?
          Muitas sentem enjôo, têm desejos, apresentam crescimento do abdômen e dos seios, e, em alguns casos raros, é possível até produzirem leite – Isto é comprovado pelos ginecologistas e obstetras. O aumento da barriga, neste caso, fica por conta da comilança - Como elas acham que estão grávidas, pensam que deve comer por dois. O que acontece é o acúmulo de gordura no abdômen e nos seios. Além disso, muitas confundem os gases e movimentos naturais do intestino com o bebê se mexendo no útero.

Quem são as mulheres mais propensas a desenvolver uma gravidez psicológica?
          Apesar de o problema também surgir em mulheres jovens, é mais comum que isso aconteça com pessoas mais velhas, próximas à menopausa, inférteis e com distúrbios hormonais que interferem na menstruação.

Até quando vai a farsa?
           É possível a mulher acreditar na mentira de que vai ser mãe até chegar a hora do parto.

Como se sentem as mulheres que, de repente, descobrem que o bebê que tanto esperavam não existe?
          São variáveis as reações. Algumas mulheres até sentem alívio quando descobrem que não estão grávidas, mas em geral a reação é de susto e de decepção.

Qual o tratamento?
          • Carinho e terapia
          • É a psicoterapia o tratamento possível para curar a “falsa gravidez”.
          • Em geral, essas mulheres não procuram ajuda psicológica, pois se procurarem o terapeuta estarão admitindo que não tem o bebê. Por isso, é essencial o apoio da família, antes e após a aceitação do fato. E, tão importante quanto aceitar a realidade de que não está grávida, é ter certeza de que ela não precisa de um filho para se sentir amada.